O 1º Workshop sobre Índice de Desempenho Sustentável para a Cadeia de Suprimentos da Piscicultura Continental, organizado pela Embrapa Pantanal, Embrapa Meio Ambiente e Cepan (Centro de Estudos e Pesquisas em Agronégocio), terminou na tarde desta quinta-feira, dia 15 de maio, em Campo Grande.
A reunião durou dois dias e foi liderada pelo pesquisador Marco Aurélio Rotta, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Na abertura do evento, Rotta apresentou a evolução do projeto de pesquisa, concebido no curso de doutorado junto ao Cepan/UFRGS. “O projeto nasceu do esforço em enquadrar o agronegócio na piscicultura continental e esta reunião marca a transição de um projeto particular para uma instância plural, interdisciplinar”, afirmou.
O pesquisador aproveita para anunciar a nova fase de construção e amadurecimento do projeto, que passa a integrar o Macroprograma 2 da Embrapa. Participam pesquisadores da Embrapa Pantanal, Embrapa Meio Ambiente, Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Amazônia Ocidental, Embrapa Tabuleiros Costeiros, Embrapa Semi-Árido, além de docentes do Cepan/UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), membros da Seap/PR (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República), Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Extensão Rural do Estado de Santa Catarina), Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), e projeto Macroprograma 01 – Aquabrasil.
Os Macroprogramas da Embrapa são carteiras de projetos focando determinadas questões de pesquisa. Atualmente existem seis macroprogramas, que fazem parte do SEG (Sistema de Gestão da Embrapa). Cada um deles possui projetos, fontes de financiamento e formas de indução de projetos específicos, que atuam como instrumentos para cumprimento das metas técnicas.
CEPAN
O diretor do Cepan/UFRGS, Eugênio Ávila Pedrozo, apresentou a história e estrutura do Cepan. O centro foi criado em 1999, sob coordenação de professores de diversos departamentos da universidade federal, que inicialmente visavam oferecer cursos de pós-graduação integrando a agroindústria às ciências sociais aplicadas e às ciências naturais.
Com a preocupação em alcançar a abrangência e necessidades do mercado, este centro de estudos estendeu sua ação para o agronegócio, oferecendo cursos de mestrado e doutorado, sendo este último inédito no país.
As linhas de pesquisa do Cepan concentram-se nas áreas de análise das cadeias produtivas agroindustriais (atualmente denominadas configurações produtivas) e de gestão em agronegócio. Eugênio destaca que uma das principais preocupações do Cepan é articular as questões técnicas/tecnológicas com as questões de gestão, economia, sociologia e ambiente.
SEAP
A segunda apresentação no primeiro dia do workshop foi realizada por João Felipe Nogueira Matias, diretor de aqüicultura da Seap/PR, criada em 2003 e vinculada à Presidência da República.
João Felipe apresentou a trajetória da secretaria, a estrutura organizacional e as ações que têm sido realizadas nestes cinco anos de atuação, conferindo à Seap ampliação e abertura de suas áreas de ação. O diretor afirmou que a parceria com a Embrapa é vital para a secretaria, pois oferece excelência em estudos de aqüicultura.
Dados de 2007 da FAO (Food and Agriculture Organization) sobre aqüicultura também foram apresentados pela Seap, como a previsão de que até 2030 a produção mundial de pescado deva atingir 150 milhões de toneladas por ano. Por sua vez, dados do Ibama (2008), referentes a 2006, revelam que a produção brasileira de pescados já atingiu 1.050 mil toneladas/ano.
Sobre a produção de aqüicultura continental no Brasil, apontou-se crescimento na região Centro-Oeste, que já supera o crescimento da região Sudeste. João Felipe apresentou a cadeia produtiva da aqüicultura no Brasil, explicitando as etapas de pré-produção, a produção em si, e as etapas finais de processamento, distribuição e comercialização.
Ele finalizou sua exposição apontando o caminho para a sustentabilidade da aqüicultura. “As novas revoluções produtivas devem estar precedidas de sólidas avaliações dos impactos em todas as dimensões da sustentabilidade: técnica, econômica, sócio-ambiental e político-institucional.“
PROJETO
Finalizando o primeiro dia do workshop, o pesquisador Rotta apresentou a estrutura do projeto, que tem por objetivo validar um índice (ferramenta analítica) capaz de mensurar o desempenho sustentável em cadeias de suprimentos da piscicultura continental.
Ele apontou como metodologia do estudo o estabelecimento da estratégia nas organizações-foco e o estabelecimento da ferramenta de mensuração de desempenho alinhada à estratégia. O pesquisador destaca a flexibilidade das metodologias que se alinharão às oportunidades e necessidades surgidas durante o projeto.
A continuidade dos workshops é prioridade na gestão do projeto, pois são oportunidades efetivas de consolidar as interações das cadeias e redes. Como produto dessas interações, pretende-se criar uma rede de aquanegócios entre a Embrapa e os parceiros deste projeto.
PARTICIPAÇÃO
No segundo dia foram apresentados o cronograma e recursos do projeto. Logo depois, houve uma discussão sobre as escolhas das organizações-foco, momento em que todos os participantes relataram suas experiências nas diversas regiões do país, além das perspectivas de viabilidade do projeto nestes cenários.
As organizações-foco serão escolhidas com base no nível de gerência e influência que exercem sobre os elos relacionados. No final foram elaboradas as estruturas da cadeia de suprimentos da aqüicultura nas cinco regiões do Brasil.
Rotta finalizou o primeiro workshop expressando sua satisfação em iniciar os trabalhos com a equipe. Agradeceu a participação de todos que compartilharam informações valiosas sobre as percepções da equipe quanto à situação da piscicultura e suas peculiaridades. Segundo ele, as conclusões alcançadas neste workshop e os aperfeiçoamentos sugeridos ao projeto serão essenciais para atingir os objetivos propostos. (Daniela dos Santos)
Fonte = por e-mail
Ana Maio
Jornalista – Mtb 21.928
Área de Comunicação e Negócios-ACN
Embrapa Pantanal
Corumbá (MS)
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