Técnicos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e pescadores de Curralinho estiveram reunidos entre 3 e 7 de maio para conversar sobre o uso do matapi, armadilha feita por pescadores para a captura de camarões.
A discussão surgiu a partir de denúncia de um morador local da ilha do Farol, sobre a implantação concentrada das armadilhas ao redor da porção de terra, cada pescador em média, coloca de dez a vinte matapis na água.
Atualmente, não existe algum tipo de regulamentação que padronize a produção do matapi, o que, como foi avaliado pelos próprios pescadores, já tem causado prejuízos na coleta dos camarões, pois a quantidade de animais diminui ao longo das temporadas.
Segundo a bióloga Solange Luz, da Gerência de Fauna (Gefau) da Diretoria de Fiscalização da Sema (Dfisc), o ideal seria que eles fizessem um acordo de pesca, como o que existe em Gurupá. Neste município, a comunidade de pescadores sentiu a necessidade de produzir as armadilhas com um centímetro de distância, a largura de uma caneta, entre as talas, afirmou a bióloga.
Em outras comunidades existe um contrato verbal que determina que o artefato só pode ser colocado na água à noite.
O problema que os moradores do entorno da ilha do Farol tem passado é conseqüência também do desmatamento nesses locais, que torna a espécie escassa no curso d`água da região, pois os camarões precisam de uma área de vegetação para a sobrevivência.
O uso do matapi não é caracterizado como uma caça predatória, mas “é interessante perceber que os pescadores sabem que eles têm o poder nas mãos para padronizar o uso e assim garantir camarão para as gerações futuras“, observa Luz.
Ascom Sema/PA