A Cohidro comemora o andamento do seu projeto de piscicultura
A piscicultura brasileira, e particularmente em Sergipe, é uma atividade recente se comparada a agronegócios tradicionais. Entretanto, é a atividade rural que mais tem crescido no mundo nos últimos anos, tendo em vista a possibilidade de aproveitamento de áreas impróprias para outras atividades agropecuárias, proporcionando elevada produtividade e bom lucro por hectare, gerando um produto final com preços de mercado atraentes.
A Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural (Seagri), comemora o andamento de seu projeto de piscicultura que atende a 58 famílias em seis municípios sergipanos.
O sucesso do projeto, que promove assistência técnica, apoio à produção e à comercialização de associações e produtores individuais, pode ser medido por números recentes. Só em 2011 foram produzidas e comercializadas 422 toneladas de peixes de espécies variadas, como a tilápia, o tambaqui e o peixe conhecido popularmente como xira.
Responsável pela implantação e coordenação do projeto, o engenheiro agrônomo e gerente de Aquicultura e Pesca da Cohidro, Francisco Farias, explica que o objetivo é dar apoio aos pequenos criadores e proporcionar geração de renda. “Há 14 anos a Cohidro tem apoiado o desenvolvimento da piscicultura no interior do Estado, prestando assistência técnica aos pequenos produtores e oferecendo novas tecnologias através de cursos, palestras, treinamentos e reuniões. A empresa também acompanha e orienta as associações de criadores na comercialização de sua produção, seja em feiras livres, supermercados, ou através da venda direta para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)”, destaca o agrônomo.
Em feiras livres, os produtores oferecem uma experiência diferente para a clientela. Os consumidores podem escolher o peixe ainda vivo dentro de uma espécie de tanque cheio d’água que é levado para o local. Feita a escolha, o peixe então é descamado, pesado e preparado para o consumo. “Essa realidade acontece na feira livre de Itabaiana e é um sucesso. Quem realiza é uma associação de produtores do município de Areia Branca, a Acripa. É uma forma de cativar a clientela”, diz Farias.
Unidade modelo
A criação de peixes apoiada pela Cohidro pode acontecer em viveiros escavados, como no povoado Colônia 8, no município de Neópolis, onde 29 famílias se dedicam à atividade. Mas o mais comum é a produção em tanques-rede, espécies de gaiolas que ficam mergulhadas no lagos formados pelas barragens. Neste último cenário, ganha destaque o povoado Serra das Minas, em Campo do Brito, onde o Governo do Estado, através da Cohidro, mantém uma unidade modelo do projeto.
No local, é possível acompanhar todo o processo de criação dos peixes. Localizado na barragem Poção da Ribeira, o projeto de produção de tilápias da Associação de Criadores de Peixes da Barragem de Campo do Brito revela, de forma prática, a viabilidade da piscicultura racional. São 12 famílias de trabalhadores rurais integrando a associação, todas residentes no povoado.
Perspectivas
Além dos seis grupos de famílias atendidas e em plena produção, outros devem ser beneficiados ainda este ano com a implantação de novos projetos. “Existem projetos em análise e em fase de liberação de recursos. Com a aprovação, outras 42 famílias serão beneficiadas ainda este ano, e a produção deve se aproximar das 700 toneladas”, prevê Farias.
O presidente da Cohidro, Mardoqueu Bodano, parabenizou a todos os envolvidos no projeto de piscicultura. “Essa é uma luta de 14 anos do nosso agrônomo Farias. Parabenizo não só a ele, mas a todos aqueles que se dedicam a esta atividade. Fico impressionado com a forma como eles trabalham e também com a visão de comercialização”, destaca Bodano.
Novos rumos
Se depender do Governo do Estado, a atividade continuará crescendo em Sergipe e ganhando novos adeptos. Na última quinta-feira, 15, a Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social (Seides) realizou uma reunião com diversos órgãos, entre eles a Cohidro, para definir novos rumos para a aquicultura e a piscicultura.
A secretária de Estado da Inclusão Social, Eliane Aquino, deixou claro que é imprescindível dar perenidade ao projeto. “É preciso dar suporte para que essas pessoas aprendam a ser autogestores, para que quando as equipes de apoio saírem eles estejam preparados para tomar conta do que é seu”, frisou.
Encampada principalmente por pequenos produtores rurais, a aquicultura é vista como fator de promoção da igualdade social, de geração de renda e emprego, desenvolvimento sustentável e ambientalmente correto.
“Esse apoio vai ser fundamental para o desenvolvimento da piscicultura em nosso Estado. Promover a inclusão social é oferecer as ferramentas para que o indivíduo possa trabalhar e viver de maneira digna. E a piscicultura é uma importante alternativa de trabalho para o homem do campo”, declara Bodano.
Fonte: Ascom/Cohidro