O Estado que possui a segunda maior bacia hidrográfica do Nordeste sai da condição de coadjuvante e se transforma em um dos personagens principais no cenário nacional em termos de produção de pescado. O Piauí mostrou o grande potencial que tem para a produção do alimento, nesta terça-feira (23), durante o seminário “Potencial e Perspectivas de Investimentos em Aquicultura no Piauí”, que prossegue durante todo o dia desta quarta-feira (24), no Auditório da Associação Comercial Porto das Barcas, em Parnaíba.
O governador Wellington Dias e o ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, abriram o seminário que reuniu mais de 300 produtores de pescado do Estado, além de entusiastas, pesquisadores e professores. Várias palestras e troca de experiências marcaram o encontro. Fernando Kubitza, produtor da região e um dos maiores pesquisadores do país, afirmou que hoje o Brasil é o país do mundo com maior potencial para a produção de pescado.
E foi além: disse que o Piauí é um dos Estados mais importantes e com maior potencial para colocar o país em destaque na produção do alimento no mundo. “O Piauí é uma verdadeira potência em pescado. Possui a segunda maior bacia hidrográfica do Nordeste e, além disso, tem vários rios e riachos perenes e perenizados que podem ser aproveitados para criação de peixes. Hoje com um plano de ação planejado e integrado, podemos reverter um quadro que há muitos anos se mantém”, disse.
Para o presidente da Associação dos Produtores e Piscicultores do Piauí, Evandro Cardoso, esse é um momento ímpar para a piscicultura do Piauí e do Brasil. “Será um divisor de águas no Estado. Temos produtores comprometidos com a produção e com todos esses investimentos, com esses compromissos governamentais que hoje estão sendo feitos nessa região, com certeza, ampliaremos a oferta de emprego e renda e mudaremos o cenário”, afirmou.
Segundo ele, só Teresina consome hoje cerca de 300 toneladas de pescado por ano; 80% desse consumo vêm de outras regiões. “Nós temos potencial para transformar o Piauí em um grande Estado produtor de pescado e suprir toda essa demanda que só cresce nessa região”, completou.
O ministro da Pesca e Aquicultura, Altemir Gregolin, disse que esse é um momento muito favorável para a produção de pescado no país. “Nós, no ano passado, criamos o Ministério da Pesca, aprovamos a nova lei da pesca e estamos inaugurando agora em abril a Embrapa Cultura e Pesca para desenvolver pesquisa. Ampliamos muito os investimentos, nós saímos de R$ 11 milhões de orçamento em 2003 para mais de R$ 800 milhões este ano. Isso é um salto considerável que só será ampliado nos próximos anos”, garantiu.
Para o ministro, o Piauí também é um dos Estados do país com maior potencial em termos de produção de pescado. “Exatamente por isso, estamos investindo tanto nessa região. Hoje inauguramos aqui uma série de obras que visa exatamente proporcionar tecnologia e dar competitividade ao setor. Só o CERAQUA – Centro de Referência em Aquicultura e Recursos Pesqueiros do Vale do Parnaíba, inaugurado aqui hoje, tem um investimento de mais de R$ 5 milhões. Com isso, o Piauí vai proporcionar tecnologia de ponta a seus produtores”.
O governador Wellington Dias disse que hoje existem 25 arranjos produtivos de grande potencial no Estado e a pesca é um deles. Hoje os investimentos nesse setor se multiplicam em todas as regiões. “São cerca de 6 mil quilômetros de rios perenes e perenizados. São mais de 4 bilhões em reservatórios de água acumulada. Isso tem um potencial animador”, comentou.
Dias disse ainda que a construção de mais cinco hidrelétricas no Parnaíba irá transformar ainda mais esse cenário. “Se hoje produzimos 11 mil toneladas de pescado, estamos ainda muito longe do nosso objetivo. A ideia é estruturar todos os 11 territórios de desenvolvimento e criar uma mudança comportamental no consumo do pescado. Esse seminário é importante para isso, será uma referência na política de planejamento, onde traçaremos ações específicas para desenvolver o setor”, finalizou.
Governo do Estado do Piauí