O superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura no Paraná, José Wigineski, participou nesta quinta-feira (4), em Maringá, de uma reunião sobre o projeto para a implantação de um pólo de piscicultura. Segundo o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) a região reúne várias características favoráveis ao cultivo, como infraestrutura, clima e rios importantes.
O projeto, que inclui a construção de um abatedouro de peixes em Maringá, foi apresentado pelo assessor executivo do Codem, Gilberto Pavanelli. “Existe um mercado em expansão para a piscicultura, que tem retorno acima de outras atividades, e a região está mobilizada para entrar nesse mercado”, afirmou.
Ele apresentou as justificativas do projeto, mostrando a meta do Governo Federal em ampliar de 290 mil para 700 mil toneladas a produção para os próximos anos, também ressaltando as condições regionais favoráveis para a implantação do projeto. “O clima é ideal, todos os municípios possuem cursos de rios importantes, existe mercado e o projeto prevê a inclusão do peixe na merenda escolar e condições favoráveis para a exportação”, lembrou.
O projeto do frigorífico, com capacidade para abate de 15 toneladas de peixe ao dia, é de R$ 5 milhões. “Maringá não está pedindo, mas oferecendo uma estrutura já existente para um projeto importante para a geração de emprego e renda”, adiantou o prefeito Silvio Barros. Apenas o frigorífico vai gerar 100 empregos diretos.
Projeto
O superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura no Paraná, José Wigineski citou que a produção de pescado no Paraná cresceu de 22 mil toneladas em 2007 para 40 mil ano passado. “Mesmo assim falta pescado no mercado”.
Outra observação de Wigineski é que mais de 50% dessa produção está na região Oeste, principalmente em torno de Toledo, onde existem cinco frigoríficos. “O Governo Federal tem recursos, basta a região de Maringá apresentar o projeto”, disse. Ele citou os investimentos já existentes na área no Paraná, como dois frigoríficos na região Norte e o projeto de R$ 2,6 milhões para implantação de tanques-rede no rio Paranapanema.
Wigineski revelou ainda uma campanha de incentivo ao consumo de peixe, especialmente no Paraná. “O consumo de pescados no Brasil gira em torno de sete quilos/ano por pessoa, contra uma média mundial de 17 quilos/ano por pessoa, e pretendemos ao menos alcançar o recomendado pela Organização Mundial da Saúde, de 12 quilos por pessoa”.
Estados Unidos
Entre as vantagens citadas pelo prefeito Silvio Barros estão o potencial do mercado regional e a estrutura para exportação. “O aeroporto de Maringá recebe voos internacionais de cargas regulares, e as aeronaves voltam para Miami vazias ou com pouca carga, permitindo a exportação com segurança do peixe produzido na região para o mercado externo”.
Wigineski observou que a região de Toledo fez um acordo para exportar para os Estados Unidos, que não prosperou devido a necessidade de levar as cargas até o aeroporto de Foz do Iguaçu. “Aqui um acordo desses depende apenas da regularidade e qualidade da produção”, disse.