A represa Billings foi criada como um reservatório hidroenergético e, por isso, não era dada importância à qualidade da água. Devido ao crescimento populacional, ela passou a ter a função de abastecimento e, hoje, não só é a caixa d’água de toda a metrópole, como a salvação de outras represas, como a Guarapiranga. Mesmo assim, a Billings recebe todo o esgoto da região.
“É incrível, mas até hoje, em pleno século 21, o ABC não possui um sistema de coleta de esgoto”, alerta a diretora de Meio Ambiente da Prefeitura de São Bernardo do Campo, Sonia Lima. E não é por falta de uma estação de tratamento. A ETE-ABC, construída pela Sabesp, na divisa de São Paulo e São Caetano, recebe apenas 2% do esgoto da região. O resto vai para os rios. “Nós temos as redes que tiram o esgoto de nossas casas, mas não temos nada que o leve até a estação de tratamento. É como se uma casa tivesse torneiras, mas não canos que as ligassem à caixa d’água”, exemplifica. Segundo Sonia, a Sabesp tem planos para fazer esses coletores, mas são obras caras e difíceis de executar. Enquanto isso, os rios ficam irremediavelmente poluídos. “Não são apenas materiais orgânicos que são jogados lá, mas poluentes químicos vindos das indústrias e das residências. Planos para recuperação existem, mas são para longuíssimo prazo.”
O presidente da entidade ambiental mais antiga da região – o SATS (Serviço Aéreo Terrestre de Salvamento e Proteção Ecológica) –, Hermínio Jerônimo Costa, não se conforma com essa situação. “Não tem como ver a nascente de um rio sem se emocionar. É como uma criança que nasce, vai crescendo e vai dar vida para outras vidas. Sem isso, não sobreviveríamos e o homem, que se diz inteligente, joga todo seu lixo na água, sem pensar que é essa mesma água poluída que vai entrar na casa dele”, diz.Mas a importância dessa área de preservação não fica apenas nos campos de abastecimento de água e de energia. Ela, como reserva verde, além de ser um absorvedouro de gás carbônico, é vital no controle do impacto térmico. “A metrópole é uma ilha de calor. Sem a Billings, o ambiente térmico seria desconfortável para a vida urbana”, completa Sonia Lima.
Fonte = Circuito ABC
eu achei muiiiiiiiiiiiito legal!