Projeto visa preservar manguezal em Paracuru


Moradores da comunidade Riacho Doce são beneficiados com projeto da UFC. Jovens cuidam do mangue

Fortaleza. Conscientizar a população sobre a importância do ecossistema local é uma forma de encontrar meios para evitar a degradação da natureza pela ação humana. Foi pensando nessa proposta que alunos do curso de Engenharia de Pesca e Ciências Biológicas da Universidade Federal do Ceará (UFC) iniciaram o projeto Mangue Vivo, desenvolvido na comunidade de Riacho Doce, em Paracuru, distante 87km da Capital.

A proposta, de acordo com um dos integrantes do projeto e aluno de Engenharia de Pesca da UFC, Thiago Holanda, é fazer com que os moradores do município demonstrem cuidado com a natureza, além de tornarem-se comprometidos em preservar o manguezal. “Desde 2006 estamos capacitando os jovens daquela região para que eles saibam o que é o mangue, a importância desse ecossistema para a vida da comunidade”, salienta Holanda. No entanto, muito antes de o projeto ser iniciado, Thiago pôde verificar que os moradores, principalmente pescadores e jovens, não tinham informações sobre o manguezal.


Agora todos os jovens, incluindo os alunos da Escola da Comunidade Riacho Doce sabe falar sobre o mangue, explicando sobre a vegetação e a fauna do local. É muito gratificante, porque eles aprenderam muito com o curso de capacitação que desenvolvemos com esses jovens”, completa o estudante. Além disso, o projeto Mangue Vivo tem o objetivo de estudar a composição da carcinofauna da região estuarina, possíveis repovoamentos e ecologia das espécies; definir a área de abrangência da cobertura vegetal do manguezal e caracterizar os bosques de mangue.

Também busca caracterizar a comunidade planctônica e de macroalgas desses ambientes; realizar levantamento da produção das comunidades pesqueira, ribeirinhas instaladas na área estuarina; criar um banco de dados e imagens do ecossistema com sua flora e fauna; e identificar as diferentes formas de agressão, além de realizar um trabalho direcionado à redução dos possíveis impactos ambientais causados naquela comunidade.

Conhecimento

Segundo Thiago Holanda, é importante levar o conhecimento científico às diversas comunidades. “Pelo menos eles sabem o que estamos discutindo aqui, tem muita importância para a vida deles. E não é só no Ceará que se discute a situação do mangue, mas em todo o País”, atesta o integrante do projeto.

De acordo com a geógrafa e coordenadora administrativa do Mangue Vivo, Maria de Fátima Muniz Soares, o trabalho desenvolvido pelos alunos vai ao encontro das políticas de educação ambiental. “É uma oportunidade que temos para desenvolver diversas atividades em Paracuru, junto aos moradores. Com esta iniciativa, os jovens participam de aulas de educação ambiental e passam a cuidar do mangue para evitar que haja degradação nesse ecossistema”, diz.

REFLORESTAMENTO

Ecossistema receberá vegetação nativa

Fortaleza. A iniciativa do projeto Mangue Vivo não está relacionada apenas às atividades desenvolvidas no local da pesquisa de campo. A proposta vai mais além. Preocupados em manter o ecossistema integrado e livre de degradação, ao alunos da UFC propuseram iniciar um estudo que possibilite o reflorestamento do manguezal em Paracuru.

A proposta, ainda em fase inicial, pode ser um passo importante para a manutenção do bioma, uma vez que as mudas da vegetação típica do mangue (Risophora mangle) serão plantadas para o equilíbrio da flora. “Esta é uma fase de experimentos. Estamos analisando como as plantas do mangue se desenvolvem aqui. Ainda iremos trazer mais mudas para estudar a vegetação”, ressalta Thiago Holanda. O objetivo deste estudo, segundo o universitário, é buscar meios para evitar que o nível da água do mar, quando bastante elevado, entre no mangue ocasionando perdas para o ecossistema. “A vegetação do mangue funciona como um tipo de barreira”, completa Thiago.

Ele argumenta que, em tempos em que se discute o aquecimento global, degradação do meio ambiente, efeito estufa e elevação do nível dos mares, o estudo que propõe o reflorestamento do mangue Riacho Doce, em Paracuru, não pode sofrer os impactos ambientais de forma intensa.

Aqui, em todo o Estado, muitos mangues precisam de reflorestamento porque sofreram degradação, ficando com sua vegetação comprometida. Nosso trabalho quer evitar o desgaste ainda maior desse ecossistema tão rico e importante para as comunidades que dependem do mangue economicamente”, diz. Por isso, a geógrafa Fátima Muniz Soares, destaca a necessidade urgente de preservar o mangue.

SAIBA MAIS

Projeto

O Mangue Vivo define a abrangência da cobertura vegetal do manguezal e caracteriza os bosques quanto à densidade e dominância dos indivíduos que compõem as diferentes áreas, visando ao reflorestamento de áreas destruídas.

Ações

Realização de seminários, cursos e palestras internas e externas, atividades culturais, de educação ambiental, limpeza do mangue, blitz ecológica, distribuição de panfletos, adesivos e sacos de lixo para carro, trilhas ecológicas, oficinas de reciclagem, visitas ao manguezal e pesquisa científica.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

FOTOS:

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1 Mangue é a vegetação alagadiça dos litorais quentes e das zonas pantanosas, situado em locais protegidos da ação direta do mar.

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2 Situado entre a zona de transição entre o mar e a terra firme, o mangue possui aspecto arbustivo e com o solo lodoso e salgado.

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3 Projeto possibilita formação de agentes ambientais a partir de atividades desenvolvidas no mangue, como a formação de trilhas ecológicas e aulas de campo.

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4 Jovens da comunidade Riacho Doce aprendem a cuidar do meio ambiente, a partir de trabalhos ecológicos realizados no mangue.

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5 Devido à grande disponibilidade de nutrientes minerais e de matéria orgânica, o mangue fornece alimento para peixes e crustáceos.

Mais informações:
Universidade Federal do Ceará
Departamento de Eng. de Pesca
Projeto Mangue Vivo
(85) 3366-9722
manguevivoufc@hotmail.com

MAURÍCIO VIEIRA
Repórter

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3 comments

  1. amei conhecer o site

  2. foi muito legal as (imagens) gostei muito dos peixes do boing boing adorei
    parabens

  3. Sou biólogo da (SEMUMA) Secretaria de Meio Ambiente do Municipio de Canguaretama RN e sou responsavel pela àrea de manguezal do meu municipio,que tem uma área de 5.603,1 he, que apesar dos empactos sofridos no decorrer dos anos temos uma área muito grande de manguezais preservado, e outra que presiça ser recuperado. Por esse motivo, me chamou a tensão sobre o projeto de preservação, do manguezal de Pararucu,por que aqui também vamos dar inicio ao projeto MANGUEZAL PRESERVADO É VIDA GARANTIDA,que visar a preservação e a recuperação de nosso manguezal, por isso gostaria se posivel vocês me mandarem mas infomações sobre seu projeto, dessa forma podermos trocar infomações sobre nossos projetos.
    É muito gratificante saber que não estamos só na luta pela preservação dos manguezais, um forte abraço.

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