A Assembleia Legislativa realizou uma audiência pública para debater a prática da piscicultura e alternativas de emprego e renda à região do Vale do Peixoto de Azevedo.
O encontro, realizado na sexta-feira, 7, contou com a participação de 500 pessoas, entre empresários, agricultores e sociedade civil organizada. O deputado Flávio Gomes (PT), que requereu o evento, disse que o maior objetivo é buscar melhoria na qualidade de vida à população local. Hoje, a principal fonte de arrecadação do município é a agricultura. O garimpo, que já foi o ‘carro chefe’, está em segundo plano.
“Temos que por fim a discriminação que insiste permanecer em Peixoto. A prostituição, a epidemia da malária e algumas mazelas deixadas pelo garimpo, são situações do passado. Estamos em tempos melhores. Esse município já contribuiu e continua contribuindo com o desenvolvimento do estado. Não podemos esquecer que anteriormente, a grande quantidade de minérios e ouro extraídos daqui, ajudou no desenvolvimento de Mato Grosso, porém à época, os governantes não garantiram retorno”, informou Flavio.
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Riva (PP), fez a abertura da solenidade e disse que a proposta é uma excelente alternativa para o município, que tem 20 mil quilômetros de área degradada.
“É preciso que o governo federal acompanhe de perto, dando incentivos para a manutenção. E a população de Peixoto também deve, junto com os outros poderes, cobrar pela sustentação da proposta que poderá trazer inúmeros benefícios sociais e econômicos”, orientou Riva, ao acrescentar que o povo precisa estar atento ao que tem direito.
“A Carta de Serviço ao Cidadão é uma cartilha elaborada pela Assembléia Legislativa, disponibilizada ao público visitante, para que o cidadão fique a par de seus direitos”, disse Riva, ao informar que os municípios de Itaúba, Nova Canaã e Colíder também estarão inseridos na política de incentivo fiscal e crédito para criação de peixe.
De acordo com o superintendente de programas especiais da Seder, Paulo Bilégo, a possibilidade de se aproveitar os alagamentos do garimpo é uma decisão inteligente, tendo em vista a conciliação de três fatores importantes: ambiental, sanitário e de produção. Segundo Paulo, as crateras provocam acidentes, contribuem para o surgimento de doenças e desequilíbrio sanitário, tornando a região insalubre. O superintendente Federal do Ministério da Pesca e Aquicultura de MT, Valter Santana, argumentou sobre o projeto direcionado ao tema. “Nós vemos a possibilidade de recuperar várias áreas degradadas do estado. E as de Peixoto de Azevedo têm grande chance de se transformarem em alternativas de fonte de renda”, apontou Valter.
No decorrer da audiência, autoridades políticas locais apontaram que o pequeno produtor precisa de incentivos políticos para se manter e evitar o desemprego. Ao citar que o Brasil produz um milhão de pescado ao ano e que Mato Grosso é o segundo estado em que mais se pesca em água doce, o prefeito de Peixoto de Azevedo,Sinvaldo Santos Brito, disse que a realização da audiência pública trouxe benefícios não só para o município, mas para todos os outros do Vale do Peixoto.
Fonte = Jornal Mato Grosso do Norte