Como o próprio nome diz, é o ato de pescar o peixe, admirá-lo, fotografá-lo e devolvê-lo à água em perfeitas condições de sobrevivência. É fundamental entender que na pesca esportiva o maior atrativo do turista pescador é o peixe, de preferência em quantidade e de bom tamanho. A atitude de devolver o peixe com vida à água, independentemente de estar dentro ou não das medidas estabelecidas pela legislação, deve ser praticada por todas as pessoas que dependem da manutenção da pesca esportiva, como garantia de lazer ou emprego.
Um dos papéis mais importantes do guia de pesca, até como garantia de sobrevivência do seu emprego, é manter e conservar seu ambiente de trabalho, ou seja, o meio ambiente. Não há hotel pesqueiro nem emprego que sobrevive sem que o meio ambiente esteja em condições adequadas para o desenvolvimento das várias espécies de peixes. Dado ao tempo necessário para que um peixe cresça e atinja tamanho para atrair o turista, a sua soltura é uma das bases fundamentais para que a pesca esportiva cresça e se estabeleça de forma sólida e duradoura.
Mesmo havendo muitos outros fatores que afetam e impactam os cardumes, como retirada da mata ciliar, garimpo, poluição, etc, já é um bom começo, se cada um der a sua cota da contribuição para o desenvolvimento do setor. Deve-se ter prazer ao devolver um peixe à água para que ele possa, novamente, ser pescado e dar ao turista uma grande alegria ao praticar esse esporte.
Na Argentina, nas regiões de pesca de Truta, o processo de soltar o peixe já está bem incorporado por todos e os estudos locais mostram que um peixe chega a ser pego até nove vezes por temporada, gerando muito mais recursos ao setor do que se fosse morto quando pescado pela primeira vez. Algumas experiências no Brasil realizadas em regiões estabelecidas como reserva ecológica de pesca esportiva, onde o turista pode pescar e comer o que quiser no local, mas não pode levar nenhum exemplar, estão sendo muito bem sucedidas e estão atraindo cada vez mais pescadores preocupados com a manutenção do seu esporte preferido.
Mas, para que o sistema de pescar e soltar funcione e traga benefícios é importante saber essa devolução de modo correto, de tal forma que o peixe possa sobreviver e continuar e se desenvolver. (Retirado do site Ambiente Brasil)
TIPOS DE ISCAS E ORIENTAÇÕES PARA A PRATICA O PESQUE E SOLTE
Quais são os tipos de iscas e como utilizá-las?
O condutor de turismo de pesca esportiva deve conhecer as iscas artificiais para ensinar os pescadores iniciantes e para colaborar com o pescador experiente na escolha apropriada da isca de acordo com o local, hábitos distintos dos peixes e variedade de espécie. Durante a ação de pesca devem ser observados esses fatores e modificadas as tentativas com as diversas iscas artificiais disponíveis na pescaria.
As iscas artificiais são fabricadas no Brasil e no exterior, com variedade de formas, modelo, marcas, tipos de ações e cor. São confeccionadas para que dê condições para o pescador reproduzir com movimentos o que acontece na natureza, dando vida as iscas para que se pareçam com um ser vivo e com isso atrair os peixes.
As espécies mais procuradas pelos pescadores esportivos são os chamados de predadores, que costumam se alimentar de outros seres vivos e são bastantes agressivos quando estão com fome ou defendendo seus filhos ou o local onde vivem, por esse motivo são presas fáceis para as iscas artificiais, mas depende diretamente das características do ambiente e das alterações da frequência do padrão de comportamento dos peixes.
Fatores que influenciam na pescaria:
Condições externas como temperatura, variações climáticas, transparência da água, cor, nível das águas e a pressão atmosférica, são fatores que podem definir o sucesso ou não de uma pescaria.
Regras básicas para uso de iscas artificiais:
Arremesso : na maioria das vezes um arremesso fora da área de ação do peixe será perdido. Como a idéia é reproduzira situação encontrada na natureza, o arremesso deverá ser feito no local a onde a espécie que está sendo pescada costuma se alimentar.
Ação da isca : muitos são os modelos e ações das iscas artificiais. Uma mesma isca poderá ser trabalhada de várias maneiras dependendo da profundidade, do hábito do peixe e da modalidade de pesca que está sendo praticada.
Variedade : é fundamental o pescador ter em mente que o peixe nem sempre ataca qualquer isca artificial. Experimentar iscas de ações diferentes, que trabalham em profundidades distintas, com cores variadas para atrair a atenção dos peixes e em velocidades alternadas faz com que o pescador tenha mais chance de entender como o peixe está se comportando naquele momento e, com isso, ganhar eficiência em sua pescaria.
Grupos de iscas artificiais de acordo a profundidade e atrativos:
Superfície;
Meia água;
Fundo;
Metálica.
Iscas de Superfície : São trabalhadas basicamente na flor da água, atraindo o peixe não só pelo movimento, mas também, pelo som emitido em contato com a água. Sua eficiência depende dos movimentos dados na linha e na vara de pesca.
Iscas de Meia água : São aquelas que normalmente tem barbelas na extremidade da cabeça, atraem o peixe pelos movimentos executados pelo pescador que fazem elas nadarem abaixo da linha da água.
Iscas de Fundo : São trabalhadas pelo pescador a grandes profundidades, muitas vezes próximas do fundo. Algumas dessas iscas podem, dependendo da forma de como são recolhidas, serem trabalhadas a meia água ou até mesmo na superfície.
Iscas Metálicas : São iscas bastantes atrativas, não só pelo movimento vibratório, como também pelos reflexos do metal com a incidência dos raios do sol.
Regras importantes para garantir a soltura – aprenda a realizar o pesque e solte de forma eficiente.
Como fazer a soltura?
O peixe não deve ser lançado na água, pois após a disputa com o pescador ele deverá estar cansado e desorientado e se for jogado na água sem os devidos cuidados tornará presa fácil para o predadores naturais. Orientamos colocar o peixe na água apoiando-se com uma mão por baixo do corpo e outra suavemente na cauda, na posição horizontal, visando a sua recuperação lenta e readaptação com o meio aquático e o pescador somente deve largá-lo quando sentir que o peixe está em condições de sair por conta própria, desta forma suas chances de defesa aumentarão consideravelmente.
Em que local você deve soltá-lo?
Sempre na mesma região onde foi capturado. Observamos que em águas rápidas, deve-se procurar um remanso para soltá-lo, desta forma não obrigaremos o peixe a nadar contra a correnteza ainda cansado.
Posição mais recomendada para soltura
Quando fora da água procure mante-lo sempre na posição horizontal, pois tem algumas espécies que podem ter os órgãos internos comprimidos se forem segurados na vertical, pendurados pela boca ou pela cauda.
Os equipamentos adequados contribuem para uma soltura eficiente sem danos ao peixe.
A linha adequada
Uma linha muito fina pode proporcionar uma briga demorada na disputa entre o peixe o pescador esportivo, esta demora cansará muito o peixe diminuindo sua capacidade de resistência. Então, você deve limitar o tempo de briga com o peixe.
O anzol correto
O uso de azol sem farpa machuca menos o peixe, por esse motivo que a lei Estadual nº 6.167/98 proibiu o uso das farpas em anzóis isolados e garatéias. Algumas pessoas acreditam que o peixe escapa com facilidade após ser fisgado com o anzol sem a farpa, mas isso não corresponde a realidade. Mesmo em casos de peixes com o hábito de saltar muito, basta o pescador evitar que a linha bambeie que está garantida a retirada do peixe da água, desta forma torna-se mais emocionante a pescaria e com chance para ambos vencerem, ou seja, o peixe terá a mesma chance que o pescador no momento da disputa.
Outro fator importante é que no caso de um acidente com o pescador, fica bem mais fácil e menos doloroso retirar o anzol do corpo.
Em alguns casos, principalmente na pesca oceânica, em que o anzol fica muito preso, ou seja, o peixe quase engole o anzol, recomenda-se cortar a linha para sua liberação. Nesta situação, é também recomendado, o uso de anzol fabricado com material de rápida corrosão, para em poucos dias se solte da boca do peixe. Não devemos cortar a linha muito próximo ao estômago do peixe se ele vier a engolir o anzol, mais ou menos 55 cm de linha para manter bem flexÃvel.
Uso de passaguás
O passaguá é um equipamento prático e eficiente, dá bastante segurança ao pescador. Por outro lado, o contato do peixe com a rede é prejudicial retirando boa parte de sua mucosa e até algumas escamas, diminuindo a resistência e facilitando infecções por vÃrus e bactérias.
Uso do alicate
O alicate de contenção foi desenvolvido para facilitar o domÃnio sobre o peixe, fácil de usar e por ser preso pela boca não causa nenhum prejuízo as demais partes do peixe. Deve ser preso na parte inferior da boca para não arranhar o tecido bucal e machucar a guelra, em algumas espécies poder ocorrer uma pressão maior na guelra se for preso na parte superior, causando-lhes sangramento.
O uso do alicate de contenção, não deve ser usado em peixes com a boca frágil, e em peixes pesados, com o risco de machucados, por vezes ate fatais.
Uso do bicheiro
Os bicheiros pequenos são os mais adequados para manuseio do pescador esportivo, foram desenvolvidos para tirar o peixe de dentro da água, são muito eficientes e quase não deixa marca nos peixes se forem usados corretamente. Deve ser introduzido na boca do peixe de dentro para fora, devendo perfurar a fina pele existente por trás da mandíbula. Se não for bem usado poderá perfurar partes da boca do peixe onde são irrigadas por veias, causado ferimento indesejáveis.
De certo, o ideal é que o pescador não utilize nenhum equipamento para tirar o peixe da água, se possível retirá-lo sempre com as mãos, sem esquecer de molhá-las para não ferir o animal. Pode ser usado uma luva de algodão para melhor atender esta recomendação.
Tempo fora da água
Quanto menor for o tempo em que o peixe ficar fora da água, melhores chances de realizar um pesque-solte eficiente. Não conhecemos regras básicas quanto ao tempo, sabemos que as espécies de escama possuem menor resistência que as espécies de pele. Os peixes que vivem em corredeiras e cachoeiras recebem mais oxigênio da água, possuem menos resistência fora da água do que os que vivem em lagos, rios e igarapés calmos.
Dois fatores que devemos observar que diminuem a resistência do peixe: o tempo de briga e o estado físico de cada peixe. Certamente, o tempo necessário para manter o peixe fora da água será aquele suficiente para o pescador retirar o anzol, admirá-lo e fotografá-lo. Depois disso, devolver o peixe para água e mostrar as fotos para os amigos e parentes.
Evite a queda do peixe
Sem dúvida é o fator que mais prejudica o peixe. O pescador deve evitar que o peixe caia de suas mãos, batendo no barco ou nas pedras, em alguns casos o peixes morre somente com o baque provocado pela queda.
Proteção das guelras
Em nenhum momento deve o pescador colocar a mão na guelra do peixe. Esta parte do peixe é uma área de grande irrigação de sangue, facilmente provoca hemorragias e, também é uma porta aberta para infecções.
Se o anzol atingir a guelra e houver sangramento infelizmente o destino do peixe será a panela, pois o sangue é atrativo para predadores naturais, como também, se não for contido, levará o peixe a falência dos órgãos vitais levando-o à morte, certamente o pescador saberá fazer bom proveito nas refeições durante a pescaria.
Manuseio do peixe para soltura
Sempre com as mãos molhadas, evitando passá-las pelo corpo do peixe, para não tirar a mucosa que adere externamente na sua pele. Esta mucosa é muito importante para defesa contra infecções e bastante útil para sua hidratação e controle de temperatura com o meio.
A lógica matemática
Mesmo que alguns exemplares não sobrevivam durante a pescaria, vale a pena praticar o pesque e solte, pois é uma questão de lógica matemática. Se o pescador capturar 100 peixes e embarcar todos, o resultado será igual a zero de sobrevivência e zero de peixes que retornarão ao meio aquático para seguirem sua vida reprodutiva. Porém, se o pescador capturar 100 peixes e 10 ele embarcar por que não se recuperaram plenamente, temos como resultado 90 exemplares que poderão crescer e reproduzir normalmente no meio aquático. Será que todos não concordam que zero é sempre pior que 90.
O que diz a legislação Estadual?
De acordo com a Lei Estadual nº 6.167/98, o pescador esportivo poderá levar para casa somente 10 (dez) kilos de peixes e mais um peixe grande, o maior da pescaria considerado “troféu”. Não esquecer que nem todos os peixes grandes poderão ser embarcados pelo pescador esportivo, alguns estarão sendo protegidos por normas complementares do Conselho Estadual de Meio Ambiente – COEMA. Nas áreas especialmente protegidas para prática do turismo de pesca, denominadas de reservas e sítios pesqueiros, oficializadas pelo Estado, somente será permitido o pesque e solte, não podendo levar nenhum peixe para casa, admitindo-se o consumo no local da pescaria.
“O pesque e solte é recomendado para todos os pescadores esportivos, onde a esportividade está centrada na disputa com o peixe, que as vezes ele deve vencer. Devolver o peixe para o meio aquático é a garantia que o pescador esportivo tem para outras pescarias de sucesso. Pense nisso!”
Fonte = SECTAN – Gestão Ambiental da pesca esportiva
Pesque e Solte, adote esta idéia. Pesco a mais de 50 anos e pratico ( somente o pesque e solte ) consumo peixe na beira do rio nas pescarias, e nunca transportei 1 só peixe para casa. Deveria ser COTA ZERO,. proibir o transporte de peixes, melhorar a fiscalização, concientizar , fiscalizar e monitorar os “pescadores profissionais” . Pratico a pesca esportiva em todo o Brasil, e nestes 50 anos, no máximo 3 vezes fui abordado por uma fiscalização. Vamos difundir a idéia do pesque e solte. Quanto vale 1 Kg de peixe morto? R$ 10,00. Quanto vale este mesmo peixe vivo? Atraindo pescadores, dando emprego, movimentando a economia, hoteis, barcos, toda a cadeia de esporte da pesca. Diria que vale 100 vezes mais. Abraços Eduardo von Atzingen