Pescadores fizeram um protesto, na manhã desta terça-feira (1º), perto da praia de Ipanema, na Zona Sul do Rio. Uma proposta do Ibama quer transformar as ilhas da Tijuca, do Meio, Redonda, Filhote e o arquipélago das Cagarras, formado por quatro ilhas em monumentos naturais. O projeto é considerado radical demais por pescadores, mergulhadores e clubes náuticos.
Pela proposta, ficam proibidas as pescas comercial e esportiva, e o turismo no local teria que seguir novas regras. O número de barcos e visitantes seria limitado para não causar impacto aos animais das regiões.
Os manifestantes defendem a criação de uma unidade sustentável no local. A pesca predatória seria proibida, mas o turismo e a pesca artesanal seriam liberados.
O superintendente do Ibama, Rogério Rocco, disse que a pesca só será proibida nos 200 metros do entorno das ilhas, e que os pescadores podem ficar tranqüilos quanto à liberação da pesca fora dessa área. Em relação à mudança de regras para o turismo, Rocco afirmou que a atividade será estimulada na região, e que elas serão criadas para ordenar a atividade. Ele informou também que haverá uma consulta pública para quem se sentir afetado pela proposta.
Em um outro protesto de pescadores na manhã desta terça, na Baía de Guanabara, cerca de cem barcos saíram de São Gonçalo, na Região Metropolitana, em direção à enseada de Botafogo, e atracaram próximos à Marina da Glória. Com faixas e bandeiras, os pescadores cobram uma indenização da Petrobras por um derramamento de óleo.
O acidente aconteceu em uma área de pesca de 40 km, em São Gonçalo, em janeiro de 2000. Na época, a praia foi interditada e tornou-se improdutiva para a pesca. Houve grande mortandade de peixes.
Segundo as associações de pescadores, foi aberto um processo contra a Petrobras, e os pescadores ganharam a causa. Mas segundo eles, até o momento a empresa ainda não pagou as indenizações.
A empresa informou que na época do acidente na Baía de Guanabara, indenizou os pescadores com base em um levantamento de profissionais feito em parceria com o Ibama. Mas, a Petrobras afirmou também que aguarda nova determinação do Tribunal de Justiça sobre quem deve receber a indenização e como ela deve ser paga.