Um barco suspeito de pesca ilegal da lagosta foi retirado do mar e danificado no alto das dunas de Redonda, no município de Icapuí, a 200 quilômetros de Fortaleza, no início da manhã deste sábado.
O que deveria ser um caso de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), para depois submetido por alguns anos aos trâmites da Justiça, foi avaliado, julgado e apenado em poucos minutos por cerca de 20 pescadores que fazem rondas no mar de Icapuí, para o combate à pesca predatória da lagosta.
“Quando algum pescador avista um barco em atitude suspeita, a gente entra em ação para verificar o que está acontecendo“, comentou um pescador de 35 anos, que há 15 atua na fiscalização paralela. “Temos dois barcos que são sustentados pela própria comunidade. Cada barco sai com 10 homens“, completou o pescador, que informou ainda que há seis barcos no alto das dunas, além de quatro embarcações queimadas e um afundado.
“Todos eram piratas na pesca da lagosta. Não temos o poder de prender os piratas, mas seus barcos jamais voltarão ao mar“, ressaltou o pescador, que comandou a ação deste sábado. “Lagosta, mesmo, não encontramos. Mas havia uns cascos pelo barco. Acho que jogaram as lagostas no mar, quando nos aproximamos“, disse o pescador, que contou ainda que apenas uma tripulação reagiu à abordagem, em setembro último. “Por que você acha que há um barco no fundo do mar?“, indagou o pescador, que assegurou que ninguém saiu ferido.
O aumento da tensão e do número de abordagens por parte dos pescadores preocupa o Ibama. “É um trabalho que não condiz com a lei“, observou Roufran Ribeiro, chefe da fiscalização do Ibama, que informou que das 36 operações este ano, 22 foram em Icapuí.