Pós-graduando em Pesca, Aquicultura e Ambiente do IFF, Marcelo Fernandes, relata atividades do seu trabalho de monografia na Amazonia.
Em janeiro, fui guia de um grupo de 07 pescadores de Campos, 03 gaúchos, 01 paulista e 01 australiano, a uma pescaria em Barcelos (AM), cidade localizada no médio Rio Negro, com uma população estimada em 24.000 habitantes (2007), com uma área de 122.476Km², clima tropical, chuvoso e úmido e temperatura média 27oC. Barcelos está a 396 Km em linha reta de Manaus e 496 Km por via fluvial, o acesso a cidade é realizado somente por água ou pelo ar. A cidade é conhecida internacionalmente como um dos grandes polos de pesca esportiva do mundo, a espécie alvo é o grande Tucunaré-Açu, apelidado de “O Gigante da Amazônia“. Este peixe é considerado um dos maiores, senão o maior, predador da cadeia alimentar onde atua, de hábito alimentar totalmente carnívoro, não podendo ver nada em movimento na água, que logo desfecha um ataque feroz certeiro sobre a presa.
A pesca esportiva é uma das vertentes do turismo que mais gera emprego e renda para a região, movimentando todas as camadas da sociedade onde chega, tais como: rede hoteleira, farmácias, bares, transporte, comunidade ribeirinha, etc. Nunca se esquecendo de acrescentar que é ecologicamente correta, pois não mata as espécies pescadas, principalmente as matrizes reprodutoras (indivíduos de cadeia genética privilegiada ), somente fotografa, filma e devolve o peixe vivo a natureza.
É notória a elevação da auto-estima, por parte dos “piloteiros” (guias locais – pescadores artesanais das comunidades ribeirinhas que acompanham os pescadores esportivos durante toda a pescaria ) , pois a remuneração é muito mais elevada do que se estivessem atuando como pescadores artesanais e ainda são os “fiscais” do ambiente.
O grupo ficou em estado de graça com a pescaria, pois vários Tucunarés entre 6,0Kg e 10,5kg foram pescados, superando todas as expectativas.
Na memória e nas fotos dos turistas, ficam as lembranças para um breve retorno a um universo fantástico de beleza cênica sem igual, aliada a pura adrenalina vivida naqueles momentos inesquecíveis, aguardando a próxima pescaria.
Para aqueles que ficaram, fica a expectativa de mais uma boa temporada de pesca, para que os turistas retornem trazendo seus recursos financeiros, dando continuidade a um belíssimo trabalho de parceria, gerando trabalho, renda, melhoria da qualidade de vida, inclusão social e sustentabilidade da região.
Ministério da Educação
Marcelo Fernandes
Pós-graduando em Pesca, Aquicultura e Ambiente do IFF