Microempresários de pesca esportiva e aqüicultores brasileiros vão se reunir em Manaus para troca de experiências com entidades governamentais ligadas à pesquisa e produção pesqueira entre os dias 22 e 25 de maio. Denominado 2º Workshop Internacional sobre Boas Práticas de Manejo para a Aqüicultura, o encontro vai levantar discussões sobre os resíduos das rações na qualidade da água.
O evento, orçado em R$ 300 mil, é uma realização do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) em parceria com a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, além de órgãos estaduais como a Sepror (Secretaria de Estado da Produção Rural) e a Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia.
De acordo com a subcoordenadora do workshop, Alzira Miranda, quatro países (Venezuela, Bolívia, Colômbia e EUA) já confirmaram a participação no evento, cuja estimativa de público é de aproximadamente 200 participantes.
Alzira Miranda disse que os resultados do evento ajudarão, entre outras coisas, a estabelecer programas de nutrição e manejo das rações utilizadas pelos produtores de peixe e a planejar criatórios a partir das exigências da legislação ambiental nos âmbitos federal, estadual e municipal.
Segundo subcoordenadora, o workshop pretende discutir as conseqüências das restrições ambientais sobre o desenvolvimento da aqüicultura na Amazônia, considerada a área mais promissora para o abastecimento do mercado nacional na área de pescado. “Além disso, serão postos em xeque os verdadeiros efeitos da nutrição e dos resíduos das rações para peixes na qualidade da água e nos sedimentos do fundo dos viveiros”, acrescentou.
Na avaliação da pesquisadora do Inpa, além da produtividade e competitividade econômica, qualquer sistema de produção de pescado deve primar pela proteção ambiental, não somente devido à exigência legal, mas por também proporcionar maior qualidade de vida à população rural e urbana. “O encontro vai resultar em novas experiências que poderão servir como alternativas ou implemento de novas tecnologias para aumentar a produção do pescado em cativeiro”, afirmou.
O diretor do Núcleo dos Recursos Pesqueiros do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Júlio Siqueira, considera que o workshop internacional é uma grande oportunidade para se rediscutir o atual panorama ainda muito desordenado da aqüicultura no Estado.
Siqueira explicou que a prática, enquanto cultivo ou criação de organismos animais ou vegetais cujo ciclo de vida em condições naturais ocorre total ou parcialmente em meio aquático, como peixes, por exemplo, implica em posse do estoque sob cultivo.
O diretor citou dados da Seap (Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca), segundo os quais cada habitante consome cerca de 36 kg de pescado por ano e que Manaus possui cerca de 150 produtores de peixe, cuja renda gera algo em torno de R$ 8.000 mensais. “Entretanto, não há como determinar números fechados no Estado do Amazonas, já que existem produtores não cadastrados em vários municípios, inclusive na capital”, esclareceu Siqueira.
Fonte : Jornal do Commercio