Lençóis Paulista – A reposição de espécies nativas está proporcionando uma cena rara no rio Lençóis. Já é possível pescar curimbatás de até 3,5 quilos no manancial, em Lençóis Paulista (43 quilômetros de Bauru).
O projeto da ONG Nossa Terra, em parceria com a CPFL Energia e que este ano ganhou mais força com a entrada do Grupo Lwart como parceiro, tem conseguido excelentes resultados.
Após a soltura dos peixes, que só este ano contabiliza 35 mil, o projeto ambiental pretende partir para a segunda etapa, enfatiza o assessor técnico da ONG, Sidnei Aguiar. “Vamos amostrar, ou seja, vamos medir, fotografar e catalogar os peixes. Já fizemos o pedido ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama).”
A idéia de reintroduzir espécies nativas (lambari, curimbatá e piapara) no rio surgiu há três anos quando teve início o processo de despoluição do curso d’água. “O rio Lençóis está passando por um processo de despoluição. No perímetro urbano, o índice de balneabilidade é muito bom, as condições da água melhoraram muito. No final deste ano vai entrar em operação a estação de tratamento de esgoto. Nesse processo, percebemos que os peixes que habitavam o rio não existiam mais.”
“O projeto de reintrodução de espécie da ictiofauna no sistema hidrográfico do rio Lençóis está em sua terceira edição e pretende, além de repovoar o rio, educar e incentivar a preservação ambiental e social, uma vez que a pesca é uma atividade de subsistência para algumas famílias.”
Aguiar ressalta que o repovoamento do rio obedece ao ciclo de vida de cada espécie e todo o procedimento atende à resolução 145 do Ibama. Além da soltura de peixes, o projeto prevê (resolução Conama 274/2000 e 357/2005, análises físicos-químicas de amostragem de água. “Controle de temperatura e pressão e sedimentação de partículas clorofiladas que possibilitaram demarcar os melhores pontos para soltura e as espécies que deveriam ser reintroduzidas, de acordo com as condições da água”, detalha.
Outras variáveis hidrobiológicas como teor de nutrientes presentes no corpo d’água que indica a presença de biomassa algal, para que tenha certeza que esses alevinos soltos possam se alimentar e se desenvolver, foram avaliadas.
O assessor explica que os pontos de solturas não foram divulgados para preservar o desenvolvimento até o prazo de um ano e evitar a pesca predatória.
Rita de Cássia Cornélio – Jornal da Cidade de Bauru