Mais de mil pessoas estão sendo esperadas no IV Festival de Camarão de Santo Antônio do Tauá, região do Guamá, que acontecerá neste sábado (15) e domingo (16), sob a coordenação do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), em parceria com a Associação dos Moradores da Comunidade de Santana da Laura (APSL) e prefeitura municipal.
O evento será justamente na comunidade, distante 32 km da sede do município. Ali, 30 pescadores artesanais usam matapis (armadilhas feitas de fibras de palmeiras) para pescar em média nove toneladas por safra (de janeiro a julho). O produto normalmente é comercializado in natura na região de Mosqueiro, pelos próprios pescadores. No festival, porém, serão vendidos, além do camarão fresco (a R$ 2 o litro), pratos especiais baseados no crustáceo, como majurena, torta salgada e arroz paraense.
A Emater chegou a elaborar uma cartilha com as receitas culinárias, que será distribuída aos visitantes. Como forma de promover o lazer e a integração, também estará à frente de três torneios: de pesca (quem pescar o menor e o maior camarões vence), de canoa (para se descobrir o remador mais veloz) e de “poquecas”, que são iscas de camarão (ganha o melhor embrulhador). Os premiados receberão cestas básicas.
O festival é realizado em maio porque, nesse mês, a oferta é maior, devido às marés e ao ciclo biológico da espécie macrobrachium amazonicum, também conhecida como camarão regional.
Vivendo às margens do rio Furo da Santana, os pescadores artesanais, que são ribeirinhos, também se sustentam do extrativismo de açaí e do plantio de mandioca. “Mas a pesca é o carro-chefe das atividades, sendo inclusive o principal ganha-pão. Por isso, a Emater tem se preocupado em organizar a cadeia produtiva. Participamos do festival desde a primeira edição, apoiamos a criação da associação e fazemos, desde o ano passado, o mapeamento das propriedades e da pesca, com georreferenciamento e outras coletas de dados. Queremos entender e respaldar a situação, até para facilitar o acesso desses produtores ao crédito rural“, diz o técnico em agropecuária e geógrafo Ailson Cardoso, chefe do escritório local da Emater.
O festival também tem, segundo ele, o propósito de “fazer com que os pescadores sejam reconhecidos pelo poder público municipal, facilitando a inclusão social, agregar valores à produção, buscar novos canais de comercialização e fortalecer o entrosamento entre as famílias de pescadores”, conclui.
Agência Pará