Operação Poseidon apreende duas toneladas de agulhões irregulares em Natal

O agulhão negro (Makaira nigricans) e o agulhão branco (Tetrapturus albidus) são peixes de bico oceânicos protegidos

Uma ação fiscalizatória do Ibama no fim da tarde de ontem (17/02) resultou na apreensão de 2.144 kg de agulhão negro estocados numa peixaria no bairro de Rocas em Natal, RN. Os peixes, cujo comércio é proibido, estavam armazenados numa das câmaras frias do estabelecimento. A ação integra a “Operação Poseidon” – deus dos mares na mitologia grega –, que tem como objetivo verificar a legalidade da indústria e do comércio de pescado.

Ao chegarem na peixaria, os agentes de fiscalização notaram certo desagrado dos responsáveis, que abriram imediatamente uma das câmaras mas tentaram dissimular a abertura da que continha os agulhões. Dentro, pilhas de peixes com exemplares de até 361 kg aguardavam o momento de ser repassados aos consumidores. O proprietário da peixaria será multado em mais de R$ 40 mil e responderá a processo por crime ambiental. Se condenado, ficará sujeito a até três anos de detenção.

O agulhão negro (Makaira nigricans) e o agulhão branco (Tetrapturus albidus) são peixes de bico oceânicos protegidos por uma medida da Comissão Internacional de Conservação do Atum Atlântico (ICCAT, na sigla em inglês). Essa medida, proposta pelo Brasil e pelos EUA em 2005 e acatada pela maioria dos países atlânticos, visa a manter os estoques dessas espécies em quantidades seguras. A regra determina que os agulhões vivos no momento do embarque sejam devolvidos ao mar; e os que estiverem mortos devem, obrigatoriamente, ser embarcados para posterior doação.

O Ibama orienta as indústrias e os entrepostos de pesca a comunicarem as descargas dos barcos atuneiros para que os agulhões possam ser legalmente apreendidos e doados com rapidez. Na ação de ontem, o Ibama retirou também cerca de 1,3 toneladas de agulhões que estavam legalmente estocados em empresas pesqueiras de Natal. As apreensões já foram destinadas ao Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do RN e também estocadas na Base Aérea de Natal para posterior doação.

Ascom/Ibama/RN
fotos: Airton De Grande e Alexandre Rochinski – Ibama/RN

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