Começou, nesta quarta-feira (07/03), a operação Alho e Óleo em Santa Catarina, cujo objetivo é fiscalizar a pesca ilegal do camarão. Está proibida a pesca de arrasto motorizado em mar aberto do camarão-rosa, santana, branco, ferrinho e sete- barbas, da divisa do Espírito Santo ao litoral do Rio Grande do Sul, de 1 de março a 31 de maio.
De acordo com coordenador da operação em Santa Catarina, Rogério Melo, a fiscalização se dará não só no ciclo produtivo, ou seja, captura, descarga, transporte e venda, mas também serão vistoriadas as embarcações no ato da descarga e em alto mar.
Serão observados os mapas de bordo, a documentação, a quantidade de redes e o tamanho da malha bem como o uso do Programa de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite (PREPS). Serão vistoriados os estoques das empresas de pesca, de peixarias e restaurantes. “O resultado do nosso trabalho é o benefício do pescador amanhã. Não estamos apenas cumprindo a lei, estamos garantido os estoques para o futuro”, avalia Rogério.
Segundo o chefe do Centro de Pesquisa e Gestão dos Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste Sul (Cepsul), Luiz Fernando Rodrigues, o defeso é exclusivamente para o camarão-rosa, mas, como ele atravessa a área de ocorrência das outras espécies, e para se ter um defeso eficiente, está proibida a atividade de arrasto nesses locais. “Ao contrário do que muitos pensam, o defeso não é para desova, é para proteger o período de recrutamento, que é a época em que o camarão jovem está saindo das áreas de criadouro e migrando para o mar, para profundidades maiores a fim de se juntar ao estoque adulto”, explica.
O camarão-rosa se difere das demais espécies porque ele tem uma fase oceânica e outra estuarina. No oceano, os indivíduos adultos se reproduzem, os ovos eclodem, e as larvas migram em direção às áreas de estuário (parte terminal de um rio ou lagoa que se encontra com o mar), lá crescem até a fase pré-adulta, quando voltam para o oceano e completam seu ciclo biológico.
A pesca no interior de lagoas e baías feita com tarrafas e redes de espera com o tamanho da malha permitido está liberada.
Badaró Ferrari
Ascom Ibama/SC
foto: Badaró Ferrari