Nemo, o peixe-palhaço, está mais perdido do que nunca, graças à mudança climática.
O aumento da acidez dos oceanos causada pelo aquecimento global está destruindo o olfato e habilidades de navegação dos pequenos peixes cor-de-laranja do famoso filme Procurando Nemo, deixando a espécie mais perto da extinção, informou um novo relatório.
O documento, divulgado na segunda-feira pela União Internacional para a Conservação da Natureza em paralelo às discussões mundiais sobre o clima em Copenhague, identificou 10 espécies que serão mais afetados pelo aquecimento global.
Entre os 10 estão o peixe-palhaço, que utiliza o olfato para encontrar seu caminho para seu hospedeiro, a anêmona.
– A acidificação oceânica e o aumento das temperaturas estão, obviamente, destruindo os recifes de corais mas, além disso, estão afetando seus sentidos olfativos –, disse a co-autora do relatório, Wendy Foden.
– Eles são literalmente impossibilitados de encontrarem seus caminhos de volta para casa –, afirmou.
As 10 espécies identificadas no relatório são: baleia beluga, o peixe-palhaço, a tartaruga-de-couro, o pinguim-imperador, a árvore quiver (Aloe dichotoma), a foca-anelada, o salmão, a coral chifre-de-veado, a raposa-do-ártico e o coala.
Temperaturas mais elevadas fazem com que um maior número de ovos das tartarugas-de-couro gigantes se desenvolvam em fêmeas, explicou Foden.
– Isso está causando o desenvolvimento de proporções sexuais extremamente distorcidas –, alertou.
Coalas estão tendo dificuldades como nunca para encontrar o que comer, pois as condições mais quentes tornaram sua base alimentar, as folhas de eucalipto, menos nutritivas, disse ela.
– Espécies podem se adaptar mas as condições precisam se modificar de forma suficientemente lenta –, explicou a pesquisadora.
– Se nossos governos se comprometerem a metas firmes e em tempo hábil, se esse reunião tiver êxito aqui, poderemos desacelerar o ritmo de mudança climática e dar a essas espécies a chance de sobreviverem