Ministro da Pesca defende financiamento de pesquisas para o setor na Fiesp

Minha preocupação é de ouvir estes setores, porque me chamam a atenção os números da pesca no Brasil

O ministro de Estado da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, afirmou nesta quarta-feira (21), na Fiesp, que o governo Dilma Rousseff espera que todas as modalidades de pesca se desenvolvam no Brasil e que haja articulação política com os empresários do setor. A declaração foi feita durante o seminário “Pesca Esportiva e Aquicultura: Participação no Crescimento Social, Econômico e Turístico do Brasil”, realizado pelo Comitê da Cadeia Produtiva da Pesca e Aquicultura (Compesca), na sede da federação.

Da esq. p/a dir.: Deputado Sebastião Santos, ministro Marcelo Crivella, Roberto Imai e Helcio Honda durante abertura do seminário do Compesca

“Minha preocupação é de ouvir estes setores, porque me chamam a atenção os números da pesca no Brasil, que estão muito aquém das nossas riquezas naturais”, justificou Crivella, ao revelar a intenção do Ministério de financiar pesquisas que possam dar licenças ambientais aos aquicultores e facilitar as demais modalidades da pesca.

O ministro sinalizou ainda que é preciso entender a inquietação dos ambientalistas, pois há centenas de licenças de aquicultura com os processos parados. “Eles precisam de dados para o monitoramento das águas, e precisamos direcionar recursos para os pesquisadores. Estou convencido de que nosso setor é sustentável, desde que haja bons parâmetros”.

No entendimento de Roberto Imai, coordenador-titular do Compesca/Fiesp, falta integração entre os elos da cadeia produtiva da pesca. “Cada um age no seu setor, mas falta organização e sinergia. E o Compesca, que neste mês completa um ano de existência, foi criado para dar uma visão ampla e promover a inter-relação entre eles”, elucidou Imai.

Meio ambiente

A aquicultura no Estado de São Paulo, maior consumidor de pescado do Brasil, é maior que a pesca. E segundo Monika Bergamaschi, secretária paulista da Agricultura e Abastecimento, está sendo realizado um levantamento de dados técnicos e científicos, em conjunto com a Cetesb, a fim de estabelecer protocolo para o licenciamento ambiental da aquicultura em São Paulo. “Sabemos que o grande gargalo é a complexidade burocrática e o custo das taxas, sem desconsiderar os potenciais riscos ambientais”, pontuou.

Pesca amadora

Helcio Honda, coordenador-titular-adjunto do Compesca e presidente da Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (Anepe), esclareceu que a pesca amadora gera emprego e renda nas regiões mais carentes no Brasil. “As extensas bacias hidrográficas e costa litorânea, que contam com grande diversidade de espécies naturais, revelam grande potencial para um desenvolvimento arrojado da pesca amadora esportiva”, considerou.

Honda salientou que falta legislação específica para o desenvolvimento da modalidade no País e que, na província de Corrientes, na Argentina, alterações no conjunto de leis pesqueiras proporcionaram o recebimento de mais de 70 mil turistas brasileiros, que gastam em média US$ 2.000 por viagem.

O seminário prossegue até o final desta tarde com a participação de representantes do setor da pesca e aquicultura, parlamentares, empresários, técnicos e dirigentes de entidades relacionadas ao segmento.

Edgar Marcel, Agência Indusnet Fiesp

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