Brasília. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, comunicou na terça-feira (16) à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que as Hidrelétricas de Torixoréu e de Santa Isabel, no Rio Araguaia, não poderão ser construídas por causa do grande impacto ambiental que causariam. No caso de Torixoréu, poderia haver o alagamento do Jalapão, região desértica do Tocantins, que tem grandes cachoeiras e onde nasce o capim dourado, usado no artesanato típico da região. Santa Isabel tem o Sítio Arqueológico da Serra dos Martírios, onde haveria ouro, que vem sendo procurado desde o tempo dos bandeirantes.
Gerente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Dilma não demonstrou descontentamento com a notícia, segundo auxiliares do governo. Até porque o plano de manejo do Araguaia/Tocantins, já votado pelo Conselho de Recursos Hídricos, desaconselhou a construção de usinas no Rio Araguaia. O projeto de Santa Isabel previa a produção de 1.087 megawatts (MW). A capacidade de Torixoréu era projetada em 408 MW.
Em compensação, Dilma exigiu de Minc a liberação da licença ambiental prévia para a Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, assim que uma liminar obtida pelo Ministério Público do Pará da Justiça de Altamira for cassada. Minc, que já havia anteriormente se comprometido a liberar essa usina, disse que o governo trabalha com a ideia de que a liminar cairá ainda esta semana. Belo Monte fica no Rio Xingu, sul do Pará, e deverá gerar 11 mil MW, 3 mil a mais do que Tucuruí.