Campo Grande (MS) – Embora significativos gargalos ambientais, mercadológicos e de assistência técnica persistam no setor, a licitação de 337 áreas aquícolas do lago da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira na região de Aparecida do Taboado (MS), podem gerar receita de até R$ 240 milhões para os pequenos produtores e pescadores da região. A estimativa, anunciada nesta quarta-feira (2) na sede da Secretária de Produção e Turismo (Seprotur), é do presidente da Comissão Especial de Licitação do Ministério da Pesca e Aqüicultura (MPA), Rodrigo Roubach.
Com base nas estimativas do MPA para o parque aquícola licitado no Estado, Rodrigo Roubach revela que cada área – com 1,5 metros quadrados – pode produzir até 100 quilos de pescado. Desta forma, a produção total na região pode chegar a 80 mil toneladas ano. “Se cada produtor vender pelo preço médio de mercado – R$ 3,00 na região – vamos gerar uma renda de até R$ 240 milhões, isso sem contar o faturamento dos demais elos da cadeia, ou seja, na comercialização, venda de alevinos, ração, entre outros”, declarou, afirmando estar otimista com o processo que deverá ser concluído dentro de até 60 dias. “Vamos divulgar o resultado da licitação, já que as propostas foram abertas no último dia 30”, explicou.
Quanto a demanda pelas áreas licitadas, o presidente da Comissão de Licitação do MPA declarou que, ainda, não é possível adiantar maiores detalhes sobre as propostas recebidas, mas adiantou que houve boa procura. Ele também destacou durante sua apresentação junto a Câmara Setorial de Piscicultura da Seprotur, que a expectativa do Ministério é realizar novas modalidades de licitação ampliar as áreas aquícolas no Estado. “Esta é a primeira licitação, de caráter não oneroso, mas esperamos realizar a modalidade onerosa – onde a proposta de maior valor vence o pregão – e, quem sabe, ampliar os parques para os outros lagos existentes na bacia do Rio Paraná”, comentou.
No entanto, Roubach destaca que, ainda, não há previsão de prazo para a ampliação destes parques aquícolas para os demais lagos do Estado, já que não estão listados entre as prioridades do órgão até 2011, que pretende implantar mais 40 áreas neste prazo. Para as demais regiões onde há potencial, o MPA pretende incluir os estudos em um editar junto ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e com isso, reduzir os custos de implantação. “Cada estudo demanda tempo e expertise, e os investimentos são da ordem de R$ 1 milhão, mas esperamos mapear outras áreas com a publicação deste edital”, justificou.
Para a coordenadora da Câmara Setorial de Piscicultura no Estado, Aline Brun, o processo de licitação trará benefícios econômicos e sociais para toda a cadeia, além de colocar a produção de pescado do Estado em outro patamar. Ela também lembra que a implantação dos tanques redes, de custo menor para o investidor, trará melhor rentabilidade ao setor, embora ainda seja preciso superar gargalos pontuais. “Hoje há mais demanda que oferta, o que torna a piscicultura extremamente atrativa em qualquer modalidade, contudo, com tanque rede, ela torna-se altamente competitiva”, conclui.
Fonte = Governo do Estado de Mato Grosso do Sul