A parceria entre BNDES e MPA vai resultar em um levantamento inédito sobre todo o setor pesqueiro
A ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, e o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, selaram nesta quinta-feira, 17, uma parceria com o objetivo de ampliar o papel do Brasil como produtor de pescados para os mercados doméstico e mundial.
Salvatti e Coutinho assinaram termo de cooperação técnica entre as duas instituições e lançaram uma agenda institucional de desenvolvimento econômico e social da aquicultura e pesca brasileira. O encontro ocorreu na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.
Ao assinar o termo de cooperação, o presidente do BNDES destacou a importância da aquicultura de água doce como atividade estrategicamente relevante para a oferta de emprego, renda e de proteína de peixe, de alta qualidade, para o País.
“É com muito entusiasmo que firmamos este acordo e não faltará apoio do BNDES para o Ministério desenvolver iniciativas que busquem ampliar significativamente a aquicultura”, afirmou Luciano Coutinho.
A parceria entre BNDES e MPA vai resultar em um levantamento inédito sobre todo o setor pesqueiro e aquícola no Brasil, do ponto de vista estrutural, econômico e social. Para a ministra, a união dos dois órgãos estimulará estados, municípios e a iniciativa privada a priorizarem esse setor. Ou seja, além de informações fundamentadas e validadas junto aos diversos atores, o governo terá capacidade de avaliar e qualificar o segmento, apoiando o desenvolvimento da cadeia produtiva de pescado no País, “a exemplo da infraestrutura necessária, que vai desde equipamentos até a assistência técnica em todas as fases, que fazem com que o alimento pescado ou produzido chegue à mesa da população”, disse Ideli Salvatti.
A produção em cativeiro de peixes (piscicultura), mariscos (mitilicultura), algas (algicultura) ou camarões (carcinicultura) são alguns dos vários exemplos de investimentos que devem receber maior atenção. Estimativas preliminares indicam que a pesca e a aquicultura possuem grande capacidade de geração de emprego e renda, além de oferecer excelente lucratividade aos investidores. A aposta maior é sobre a aquicultura, onde o Brasil pode expandir a produção a ponto de se tornar um dos maiores produtores mundiais de pescado.
Segundo a ministra, a parceria entre o MPA e o BNDES deve ajudar o País a continuar ampliando sua produção de pescados. Nos últimos anos, a produção nacional aumentou de 990 mil toneladas/ano para 1,241 milhão de toneladas, um acréscimo de 25%. Mesmo assim, explicou Salvatti, ainda faltam 16% para atender toda a demanda interna que está sendo puxada pelo aumento do consumo. O brasileiro ingere, em média, 9 kg/hab/ano, ainda abaixo dos 12 kg recomendados pela FAO e OMS.
“Estamos começando agora a impulsionar a roda econômica desta cadeia produtiva, diferente de outras como a suína, bovina ou de frango, que já recebem apoio e políticas públicas há várias décadas”, finalizou a ministra.