Imagine entrar num lugar onde estejam em exposição permanente esqueletos de baleias e golfinhos, peixes-bois marinhos nadando em oceanário e informações sobre os mamíferos aquáticos no Brasil? Imaginou? Pois bem. A partir de agora, você poderá visitar um lugar como esse. O endereço é a Ilha de Itamaracá (PE), mais precisamente na sede do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. O museu que retratará ainda a história dos 30 anos do Projeto Peixe-boi Marinho será inaugurado nesta sexta-feira (06/03). A expectativa é que o museu receba 70 mil visitantes por ano.
A solenidade de inauguração, que ocorrerá a partir das 9h, terá a presença do presidente do ICMBio, Rômulo Mello, do diretor de Conservação da Biodiversidade, Marcelo Marcelino, da diretora da Fundação Mamíferos Aquáticos, Denise Castro, e do gerente de Responsabilidade Social da Petrobras, Carlos Torres. Na ocasião, o CMA lançará a sua nova logomarca.
No museu, os peixes-bois, animais dificilmente vistos na natureza, poderão ser observados através de visores. Já na plataforma superior dos oceanários a visualização dos animais é mais ampla, oferecendo a oportunidade de observação também dos filhotes-órfãos em reabilitação no Centro de Triagem e Readaptação. Fora a beleza da vista panorâmica do CMA, do Forte Orange e da Coroa do Avião, diz a chefe do CMA, Fábia Luna.
Após o evento, os dirigentes do Ministério do Meio Ambiente e do ICMBio seguem para João Pessoa (PB), onde fazem às 15h o encerramento da exposição do ICMBio na Estação Ciência e Artes, que fica na Ponta do Cabo Branco. Antes (14h30), no mesmo local, será dada posse ao novo chefe do Centro de Primatas Brasileiros (CPB), Leandro Jerusalinsky. A exposição mostra o trabalho do Instituto no Nordeste, em especial das unidades de conservação de Pernambuco e da Paraíba e dos centros de pesquisa e conservação como Cemave (aves), CPB e CMA.
O Projeto Peixe-Boi Marinho foi criado em 1980 pelo extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF), passando a ser executado pelo Ibama por meio do Centro Peixe-Boi, que atualmente é o Centro Nacional de Pesquisa, Conservação e Manejo de Mamíferos Aquáticos (CMA). Em 2007, com a reestruturação feita na área ambiental e a criação do Instituto Chico Mendes, o CMA e o Projeto Peixe-Boi Marinho passaram a integrar a estrutura do novo instituto.
O peixe-boi marinho (Trichechus manatus) é a espécie de mamífero aquático mais ameaçada de extinção no Brasil. Chega a medir 4 metros e a pesar até 700 quilos. É exclusivamente herbívoro, de hábitos costeiros e necessita de água doce para sobreviver.
Sua distribuição vai do norte da América do Sul até o estado de Alagoas, tendo sido extinto na região entre a costa do Espírito Santo e Sergipe. A principal causa de extinção é a caça e, a destruição dos habitats (ambientes costeiros e estuarinos), representando forte pressão sobre a conservação da espécie.
O Projeto Peixe-boi Marinho, do CMA/ICMBio, vêm realizando a reintrodução de peixes-bois marinhos no litoral nordeste do Brasil desde 1994. O objetivo de reforçar as populações, promovendo o aumento da variabilidade genética e restabelecer a única espécie de mamífero aquático herbívoro existente na costa brasileira em áreas de distribuição histórica. A soltura de peixes-boi marinhos (Trichechus manatus) em ambiente natural já é realizada no Brasil com sucesso.
Os animais que fazem parte deste programa são filhotes órfãos encalhados, resgatados e transferidos para a Unidade de Resgate e Reabilitação do CMA/ICMBio, localizada na Ilha de Itamaracá, Pernambuco. Hoje, estima-se em pouco mais de 500 o número de indivíduos existentes na natureza.
Ao longo destes 14 anos de trabalho, foram devolvidos à natureza 25 indivíduos, em dez eventos de reintrodução. Destes, 10 são monitorados por equipes do Projeto. A espécie do peixe-boi marinho encontra-se criticamente ameaçada de extinção.
O Centro Mamíferos Aquáticos do Instituto Chico Mendes é o centro responsável pelo Projeto Peixe-Boi marinho. Para a execução do Projeto, o CMA conta com a parceria da Fundação Mamíferos Aquáticos (FMA) e com o patrocínio oficial da Petrobras.
Mais informações:
Fábia Luna Chefe do CMA/ICMBio
(81) 3544-1056 / 3544-1835 / (81) 8733-0501
Ascom ICMBio
Sandra Tavares