RIO DE JANEIRO – O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinou a proibição da pesca até o dia 31 de maio no rio Paraíba do Sul, interior do estado do Rio de Janeiro. De acordo com a Instrução Normativa n.º 2, de 30 de janeiro, publicada na edição desta segunda-feira (2) do Diário Oficial da União, a restrição se estende a toda a bacia hidrográfica do Paraíba do Sul, desde o município de Resende até a sua foz, na cidade de São João da Barra.
Em novembro do ano passado, testes realizados no local verificaram que a água havia sido contaminada por um vazamento de pesticida, por causa de uma falha no descarregamento do produto em uma indústria química, no município de Resende, sul fluminense.
Cerca de 7,5 mil litros do produto escoaram para o rio Pirapetinga e, posteriormente, para o Paraíba do Sul, prejudicando o abastecimento de água e provocando a mortandade de grande quantidade de peixes em diversos municípios da região, como Porto Real, Barra Mansa e Volta Redonda.
Segundo o analista ambiental do Ibama Frederico Valle, a medida foi tomada para permitir a recuperação dos estoques de fauna e flora aquáticas. Desde novembro do ano passado, a pesca não vinha sendo realizada na região em função do período de defeso – reprodução – que vai até o fim deste mês.
“Após diversos testes realizados no Paraíba do Sul, foi determinada a proibição para garantir a recuperação dos estoques pesqueiros, que foram bastante afetados com o acidente, e evitar uma possível contaminação dos consumidores. É preciso ter essa precaução até que haja novos testes e se verifique novamente o grau de contaminação”, destacou.
Ainda de acordo com o documento do Instituto, serão realizadas ações de monitoramento das condições ambientais e da situação dos recursos pesqueiros. Se as equipes verificarem necessidade, o prazo para liberação da atividade poderá ser prorrogado.
O pesacador William da Silva, presidente da colônia Z-2, em São João da Barra, um dos municípios atingidos pela contaminação da água, cobra orientação mais clara dos órgãos ambientais.
“Nós queríamos que eles visitassem mais as nossas colônias e nos informassem sobre essas análises que estão sendo feitas [na água] e os resultados disso tudo. A gente só vê que estão sendo feitas reuniões entre eles, mas não com a gente”, reclamou.
De acordo com ele, cerca de 900 pescadores vivem da pesca na região.
Agência Brasil