Se, eventualmente, algum peixe morreu, foi por obstrução mecânica das brânquias, não por intoxicação
Pescadores e surfistas da Prainha, litoral norte de Santa Catarina, avisaram o Ibama sobre uma grande mancha ferruginosa avistada no mar. Tendo segurança sobre a informação, um helicóptero do órgão foi deslocado para o local, onde foi constatada uma mancha de aproximadamente 1,8 km de extensão e 45 metros de largura entre o Morro do Forte, na praia de Itaguaçu, e a praia da Enseada.
Segundo o analista ambiental Luís Ernesto Train, que buscou informações junto à Univille (Universidade da Região de Joinville), trata-se de uma floração de algas filamentosas (Trichodesmium sp.) que veio trazida pelo vento leste que soprou forte nestes últimos dias no litoral catarinense. Train explica que essas algas são de profundidade e vivem em grandes colônias alongadas, produzem uma substância oleosa para flutuar, o óleo produz um odor forte e desagradável, mas elas não são tóxicas. “Se, eventualmente, algum peixe morreu, foi por obstrução mecânica das brânquias, não por intoxicação”, esclareceu.
Segundo especialistas da Univille, que colheram e analisaram amostras do material, este é um fenômeno natural. Há registros de ocorrência em 2003, na costa de São Paulo e do Paraná, em 2004, na costa gaúcha, e, em 2006, em São Paulo.
As algas estão há 600 metros da praia e, se chegarem à orla, estarão bem dissipadas.
Ascom/Ibama/SC