Empresas articulam a compra do produto em outros estados para atender a demanda local
A greve dos pescadores de sardinha em SC, que completa uma semana, começa a mostrar seus efeitos ao consumidor. No Mercado de Peixe de Itajaí, o pescado fresco não chegou, apesar do período de defeso ter terminado no último domingo.
Nas empresas enlatadoras, o reflexo é menor visto que há a estocagem. Mas, caso a paralisação permaneça, as empresas articulam a possibilidade de comprar sardinha de outras frotas, principalmente do Rio de Janeiro e de São Paulo.
– É um risco que todos estamos correndo. Só a frota catarinense está parada. As indústrias costumam estocar, mas logo elas poderão buscar o pescado em outras frotas e isso pode quebrar economicamente a região. Temos um tripé: mão de obra, frota de embarcações e indústrias. Quando um dos lados quebra ou cede, os outros também – explica Giovani Monteiro, vice-presidente do Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região.
Conforme Monteiro, as indústrias de pesca de Itajaí e região têm o compromisso formal com armadores e pescadores de sempre dar preferência ao pescado local. Quando há falta do pescado, isso acaba abrindo precedente para as indústrias buscarem alternativas em outros estados. Outro risco que se corre é o das empresas enlatadoras preferirem importar o produto já enlatado a produzir isso na região.
Os pescadores estão em greve desde o último domingo, quando acabou o defeso da sardinha. Eles reivindicam a garantia de um preço mínimo para o quilo do pescado. Hoje, o quilo da sardinha é fixado a R$ 1, e os pescadores querem, no mínimo, entre R$ 1,30 e R$ 1,50.
No Mercado de Itajaí, o peixe mais procurado pelos consumidores já não foi encontrado na sexta-feira de véspera do Dia dos Pais
A solução encontrada pela associação dos trabalhadores do local para preencher as lacunas nas prateleiras das bancas foi encomendar um carregamento de quatro toneladas de sardinha de fora do Estado. A previsão era que o pescado chegasse na cidade ainda no sábado pela manhã, vindo do Rio de Janeiro.
– A sardinha é a preferida entre os peixes populares por dois motivos: o baixo preço e por ser rica em ômega 3 (ácidos que contribuem para a redução dos níveis de colesterol e triglicerídeos) – explica o presidente da Associação do Mercado de Peixe de Itajaí, José Serpa Júnior.
No mercado itajaiense, o quilo da sardinha costuma ser vendido a R$ 3. No caso do carregamento especial previsto para sábado, o quilo será comercializado por R$ 3,99.
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