Como forma de envolver a sociedade na conservação do atum-azul, a organização não governamental Greenpeace lançará ainda este ano campanha contra o sushi feito do peixe, ameaçado de extinção. “Se você for numa temakeria, pergunte de que é feito o sushi. Se for de atum-azul ou de salmão, recuse”, orienta a coordenadora da campanha de Oceanos do Greenpeace, Leandra Gonçalves. Temakeria é o nome dado a fast-food japonês.
Além do atum-azul, integram a lista elaborada pela ONG outras 14 espécies. “São animais ameaçados de extinção ou alvo de pesca predatória”, explica a bióloga. Entre elas estão o tubarão, o mero e o camarão. “Ao se capturar o atum e o tubarão mata-se tartarugas e aves marinhas. Já as fazendas de camarão são altamente impactantes, pois destroem os mangues e jogam dejetos nos estuários.”
A situação do estoque de atum-azul no Mediterrâneo, na opinião do Greenpeace, comprova que a Iccat se tornou um órgão de governança falido, que precisa retomar a liderança política de proteção da espécie. Se a reunião de Porto de Galinhas não resultar na suspensão do pescado da espécie, a ONG pretende também recorrer à Cites.
Laura Gonçalves informa que apenas poucos restaurantes no Brasil, a exemplo do Sakamoto, em São Paulo, dispõem no cardápio do atum-azul, considerado o peixe ideal para o sushi, pela cor, sabor e espessura do filé. “No lugar de atum-azul, as temakerias têm vendido sushi de salmão, que também é vermelho, cultivado no Chile, onde as fazendas causam sérios impactos ao meio ambiente”, alerta.
A criação de salmão é feita em tanques-rede. “Uma fazenda de peixes típica pode contar com até uma dúzia de cercados com cerca de 15 mil peixes cada.”
A ONG denuncia ainda que na costa chilena, baleias-orca, golfinhos, focas e leões-marinhos que antes frequentavam os estuários, agora são mortos ao se aproximar dos tanques-rede. Os animais ficam presos, morrem de fome ou são repelidos por aparelhos inventados por fazendeiros de salmão para proteger sua criação.
Do Jornal do Commercio