Ideli Salvatti, estará em Roma acompanhando as decisões que podem mudar os rumos do setor
Com potencial de aumentar 20 vezes a produção, Brasil quer usar o pescado para segurança alimentar e erradicação da pobreza extrema. País também quer eleger brasileiro como sucessor do maior posto da entidade
Governos de mais de 190 países e o setor produtivo da pesca mundial estarão atentos, de 31 a 4 de fevereiro, ao calendário de mais um encontro do Comitê da Pesca da FAO, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Representando o Brasil e a defesa da bandeira da sustentabilidade, a ministra da pesca e aquicultura, Ideli Salvatti, estará em Roma acompanhando as decisões que podem mudar os rumos do setor.
Na capital italiana, estarão em pauta dois assuntos considerados grandes desafios a maioria dos países: o combate à pesca ilegal e a prática da sustentabilidade na cadeia produtiva pesqueira e aquícola mundial. “Esse deve ser o nosso compromisso e temos condições de trabalhar para isso”, afirma Ideli.
Com potencial de saltar a produção de pescado de 1,2 para mais de 20 milhões, o Brasil é visto com grande expectativa pelos principais países produtores do continente asiático e Comunidade Européia. De acordo com a ministra, a produção de alimentos é tida como preocupação constante dos organismos internacionais e o Brasil tem condições privilegiadas de contribuir para a garantia da segurança alimentar. “São mais de 8 mil km de costa e cerca de 12% da água doce do mundo”, lembrou.
Paralelo à agenda oficial, a ministra tem a missão de articular os países em favor da candidatura do brasileiro José Graziano para a direção geral da FAO, posto mais importante da entidade. A eleição acontecerá durante a conferência da FAO, em julho deste ano.
As prioridades, resultados, orçamento e atuação da FAO também farão parte dos debates. A publicação da estatística da pesca e aquicultura mundial, com dados e perspectivas do setor, será apresentada na abertura do evento, que acontece a cada dois anos.
Brasil como exemplo
Exemplos como o Profrota, a gestão compartilhada, o desenvolvimento da aquicultura em águas da União contemplando pequenos produtores, a organização do setor em territórios geográficos de discussão e as medidas para pesca profissional artesanal sustentável são tidos como avanços do Brasil, país que há pouco mais de oito anos tem atuado estrategicamente nessa cadeia produtiva.
Segundo Ideli Salvatti, o Brasil está se preparando para se tornar um dos grandes produtores mundiais de pescado, a exemplo da simplificação da legislação que regula o licenciamento ambiental para produção no mar, rios, lagos e usinas hidrelétricas. “Só que aliado ao retorno econômico, queremos que a pesca e aquicultura seja sustentável, contribuindo, principalmente, na produção de alimentos para erradicação da miséria extrema no Brasil e no mundo”, finalizou a ministra da pesca e aquicultura.
Programação do encontro
29º. Período de sessões
Roma (Itália), 31 de Janeiro – 4 de Fevereiro de 2011
Programa e Calendário Provisórios
Segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
- Abertura do período de sessões
- Eleição do Presidente e do Vice-presidente e designação de um Comitê Relator
- Adoção da Agenda e arranjos para a Sessão
- Progresso na implantação do Código de Conduta para Pesca Responsável e instrumentos relacionados, incluindo Planos Internacionais de Ação e Estratégias, e outros assuntos
Terça-feira, 1º de Fevereiro de 2011
- Decisões e recomendações da Décima Segunda Sessão do Sub-Comitê de Comércio de Peixe da COFI, Buenos Aires, Argentina, 26-30 de Abril de 2010
- Decisões e recomendações da Quinta Sessão do Sub-comitê de Aquicultura da COFI, Phuket, Tailândia, 27 de Setembro – 1 de Outubro de 2010
Quarta-feira, 2 de Fevereiro de 2011
- Progressos alcançados em relação a medidas contra pesca ilegal, não-relatada e não-regulada , incluindo medidas do Estado detentor do porto, atuação do Estado da bandeira, medidas relacionadas ao mercado e desenvolvimento de um Relato Global Abrangente de Navios Pesqueiros, Navios de Transporte Refrigerado e Navios de Suprimentos.
- Pesca e Aqüicultura em nosso clima oscilante: medidas de adaptação e atenuação na pesca e aquicultura
- Papel da FAO para a integração melhorada do desenvolvimento e ordenamento da pesca e aqüicultura, conservação da biodiversidade e proteção do ambiente.
- Boas práticas na governança da pesca de pequena escala: compartilhando experiências e lições aprendidas na pesca responsável para o desenvolvimento social e econômico
Quinta-feira, 3 de Fevereiro de 2011
- Programa de Trabalho da FAO na pesca e aqüicultura
Sexta-feira, 4 de Fevereiro de 2011
- Adoção do Relatório
MPA