O presidente da Colônia de Pescadores de Cachoeira Dourada, no sul de Goiás, vereador Mário Evangelista da Silva (PSDB), é suspeito de praticar um estelionato milionário contra o Ministério do Trabalho. Conforme a Polícia Federal, que cumpre mandados de busca e apreensão na entidade e na casa do político nesta quarta-feira, ele recebia indevidamente um seguro pago pelo governo federal aos pescadores.
A fraude era em cima do chamado Seguro Defeso, uma política estratégica do Ministério que protege as espécies de peixes durante a época de reprodução. Nesse período, cuja proibição de pescar é definida por lei, é pago a todo pescador profissional a quantia de um salário mínimo. Esta condição de profissional é atestada pela colônia da cidade. No entanto, segundo investigações preliminares da PF, dos 245 pescadores profissionais inscritos na colônia de Cachoeira Dourada, apenas 35 eram realmente pescadores.
A Polícia Federal recebeu uma denúncia informando que, por meio de Evangelista, a colônia estaria cobrando R$ 100,00 para fornecer a carteira de pescador, mesmo que o interessado não vivesse profissionalmente da pesca, o que propiciaria a fraude, resultando, segundo a PF em um gasto total com o pagamento do Seguro Defeso de R$ 3.096.545,00.