O problema é antigo. Nos idos de 1990, técnicos da Cetesb mediram a quantidade de oxigênio na água, no ponto da descarga do esgoto da cidade de Ribeirão Preto, no rio Pardo. O resultado foi assustador: oxigênio zero. Naquele trecho, o rio estava morto. Uma conclusão dramática, preocupante. Ribeirão Preto e todas as cidades da região poderiam estar matando, de vez, o nosso maior ser vivo, com a descarga brutal de dejetos sem tratamento.
A cena foi real. Fez parte do documentário “O Canto da Piracema”, produzido pela EPTV e exibido em todo o país pelo Globo Repórter.
Dezessete anos depois, a pedido de A Cidade, técnicos da Cetesb repetiram o teste no rio Pardo. Com 60% do esgoto tratado, já se encontra uma dosagem de 8,3 miligramas de oxigênio por litro. Um bom resultado, que os técnicos comemoraram – alertando que a média das coletas tem sido menor: de cinco a seis miligramas de oxigênio por litro.
Se os técnicos comemoram, os pescadores comemoram muito mais. E o que se quer, neste momento, no Dia Mundial do Meio Ambiente, é que sejam cumpridos todos os trâmites legais e exigências ambientais para que o esgoto de Ribeirão Preto – e das cidades da região – seja, finalmente, cem por cento tratado.
Com isso conseguiremos definitivamente limpar a água do Pardo e resolver um problema aflitivo. As futuras gerações arcarão com os resultados da nossa diligência ou da nossa omissão. Se conseguirmos, poderemos, durante as pescarias, tomar a água do rio sem medo. E um dia, quem sabe, até aproveitá-la para abastecimento. Por enquanto, vamos fazer nossa parte.
Fonte = Jornal A Cidade