Um cobertor e um mastro foram o suficiente para dois pescadores improvisarem uma vela e salvarem a própria vida. Os dois navegavam de Cananéia, no litoral sul de São Paulo, até o Guarujá, quando o barco teve problemas com o motor e parou, à deriva, em alto-mar, na região de Peruíbe. Davinil dos Santos, de 49 anos, e Odilon Renato da Silva Filho, de 60 anos, ficaram pouco mais de três dias no mar. A viagem, a bordo de uma baleeira de oito metros, deveria ser feita em 18 horas.Eles partiram de Cananéia no sábado, às 13h, e pretendiam chegar na Cananéia, em Guarujá, na manhã de domingo.
– O motor começou a falhar por volta de 1h do domingo. Chegamos perto da Ilha de Queimadinhas e ancoramos – conta Davinil, que estava ao leme da embarcação.
Eles foram até Cananéia para comprar um barco. Odilon não gostou da baleeira, mas aceitou fazer um favor para o dono da embarcação e levá-la até o Guarujá. Mal sabiam eles que a ajuda sairia cara.
Após o barco quebrar, eles passaram o dia esperando o socorro chegar. Para chamar a atenção, enrolaram um lençol amarelo em uma vara. Cansados de aguardar, decidiram resolver improvisar, amarrando o coberto ao mastro. Com a vela improvisada, conseguiram chegar até Laje da Conceição, na região de Itanhaém. Ancoraram e dormiram a noite de segunda para terça-feira.
– A ‘vela’ era pequena e, por isso, fizemos uma viagem de 2h30 em um dia – diz Davinil.
Como todo inventor precisa de um pouco de sorte, na manhã desta quarta-feira ele tentou ligar o motor e funcionou. Partiram rumo ao Guarujá, onde chegaram às 14h45. A esta altura, familiares já tinham avisado a Capitania dos Portos de São Paulo, que chegou a mobilizar três navios e um helicóptero à procura dos dois pescadores.