Animais podem ter sido afetados devido à ingestão de alimentos contaminados
Exemplares de golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus) que vivem na Baía Barataria, no estado norte-americano da Louisiana, apresentam sinais de doenças severas de acordo com especialistas da Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, na sigla em inglês).
A região, localizada no Golfo do México, foi uma das mais atingidas pela “maré negra”, causada por vazamento de petróleo do fundo do mar após acidente com a plataforma Deepwater Horizon, da companhia britânica BP, ocorrido em 2010.
Com base em exames médicos realizados em 32 golfinhos no ano passado, resultados preliminares mostraram que a maioria está com o peso abaixo do normal, apresentam anemia, baixo teor de açúcar no sangue e sintomas de doenças hepáticas ou pulmonares.
Quase metade dos mamíferos aquáticos avaliados também tiveram alterações no nível de hormônios que ajudam na resposta ao estresse, metabolismo e função imunológica. De acordo com os biólogos, há risco de morte para esses animais – um dos espécimes analisados morreu em janeiro de 2012.
Os especialistas afirmam que os golfinhos podem ter sido expostos ao petróleo derramado por meio da inalação, ingestão ou mesmo ação do produto sobre a pele. Além disso, órgãos internos desses animais podem ter sido afetados devido à ingestão de alimentos contaminados.
Investigação sobre encalhe
Outro estudo feito pelos pesquisadores da NOAA é sobre o encalhe de golfinhos no norte do Golfo do México (da área que vai da Flórida até a fronteira entre os estados da Louisiana e Texas).
Desde fevereiro de 2010, mais de 675 golfinhos encalharam na região, uma taxa elevada à média habitual de 74 animais por ano, segundo a instituição.
A grande maioria dos animais encalhados estava morta (apenas sete foram encaminhados para reabilitação). Tal fato levou a instituição a declarar “Evento de Mortalidade Incomum”, o que culminou em um processo de investigação.
Acidente
A explosão da plataforma Deepwater Horizon ocorreu em abril de 2010 e causou o vazamento de 4,9 milhões de barris de óleo (780 milhões de litros), segundo o governo americano. Apenas 10% do óleo que vazou atingiu a costa. Entretanto, a chamada “maré negra” atingiu 1.600 km do litoral da Flórida, Mississipi e Alabama.
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