A apreensão é considerada a segunda operação de combate à pesca ilegal mais importante de 2007, porque desarticulou um grupo que atuava de forma organizada, com direito a radiocomunicadores, no abastecimento do mercado em geral, inclusive restaurantes e bares de Cuiabá. A operação teve início no dia 18 e terminou ontem, com a apreensão do pescado. A Sema localizou o chefe do grupo, que recebeu uma multa de R$ 85 mil.
Doze fiscais da Sema participaram da operação, que resultou também na apreensão de nove carteiras de pescadores, uma lancha de pesca profissional, três rabetas (motor que permite que um barco pequeno navegue com um palmo de água), três barcos e uma rede. De acordo com o coordenador de fiscalização da Sema, Marcelo Cardoso, o grupo pegava os peixes com estacas fixas, o que dificultava que a Sema fizesse a apreensão quando os peixes eram levados para outros lugares.
Marcelo explicou que a pesca com estacas dificulta a apreensão em trânsito porque o pescado não apresenta sinais de pesca predatória. Nesse caso, os pescadores deixavam as estacas com linha e anzol durante todo o tempo dentro da água do rio, numa região onde os peixes vão para se alimentar. O coordenador da operação contou que havia centenas de estacas no local. Além disso, a localização das estacas, a menos de dois quilômetros da Unidade de Conservação, também caracteriza crime ambiental.
Os pescadores chegaram a ser presos pela equipe da Sema, mas tiveram que ser liberados porque no caminho para São Pedro de Joselândia, em uma estrada vicinal, a caminhonete da fiscalização atolou no lamaçal. Apesar de não haver o flagrante, catorze membros do grupo foram autuados, as carteiras de pesca de nove deles ficaram com os técnicos da Sema e as informações serão repassadas à Delegacia Especializada do Meio Ambiente e Ministério Público Estadual.
“Vamos pedir também o cancelamento das carteiras para a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) e embargamos a lancha. Somente nessa lancha cabiam cinco mil quilos de pescado por semana. Acreditamos que essas ações impedirão que o grupo volte a atuar”, afirmou Marcelo.
Fonte = Diário de Cuiabá