“Peixe com fartura, a preços acessíveis à classe mais humilde. Esse é um projeto de real alcance social, pois possibilita também com que o pobre possa ter peixe à mesa em datas sacras, a exemplo da Semana Santa, especialmente nesta Sexta-Feira Santa”. As palavras são do prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, ao avaliar hoje (02-04) cedo o comércio intensivo desse produto nos 115 pontos de venda estabelecidos pela Prefeitura de Cuiabá. No Mercado do Porto, a exemplo dos demais locais oficiais desse projeto, a movimentação de populares era intensa já a partir das primeiras horas da manhã.
O Projeto Peixe Santo foi criado há 19 anos pela Municipalidade, e tem como objetivo preservar a tradição religiosa da comunidade cuiabana, além de garantir peixe a preços baixos. “Na gestão atual, esse projeto sofreu várias modificações, o que implicou em volume maior do pescado ofertado à população e mais pontos de comercialização”, diz Galindo.
Atualmente, o Peixe Santo é coordenado pela Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, e conta com diversas parcerias em nível municipal e estadual, a exemplo da Secretaria de Meio Ambiente (Cuiabá), Vigilância Sanitária (Cuiabá), Aquamat, Piscicultores da Baixada Cuiabana, Sebrae/MT e PMMT. “São parcerias fundamentais para o êxito de todo um trabalho de resultados impecáveis, do agrado de todos”, afirma o prefeito.
Conforme o coordenador do projeto, Oderly Xaxim, uma outra contribuição importante desse projeto é em relação ao número de empregos diretos e indiretos, que chega a quase três mil, a partir do trabalho dos funcionários nos tanques de piscicultura, transporte até os pontos de venda e a comercialização, em si. “São fatores que, unidos, transformam-se em considerável fonte geradora de emprego e renda, em benefício de centenas de famílias mato-grossenses. Esse projeto é sucesso sob todos os aspectos”.
Este ano, informa Xaxim, de plantão no Mercado do Peixe desde à madrugada desta Sexta-Feira Santa, a estimativa é de que sejam comercializadas 400 toneladas de peixe, pacu, tambacu e tambaqui. “Outro dado importante, de contribuição ecológica inegável, é a redução drástica da carga de pesca no Rio Cuiabá; em 2009, segundo registros, foi de 70 toneladas, pressão hoje na casa das 30 toneladas”.
A tendência, acrescenta, com o incentivo da Prefeitura à instalação de mais tanques de piscicultura em Cuiabá, Projeto Peixe Nosso, é de reduzir essa pressão mais ainda, nos próximos anos”. Foi-se o tempo em que, na Semana Santa, a população dependia apenas dos rios para ter peixe à mesa. Nosso projeto termina assim contribuindo com a natureza”.
Xaxim observou que a população cuiabana também entendeu que os peixes via piscicultura oferecem hoje qualidade idêntica àqueles buscados nos mananciais do Estado: “As técnicas de produção de peixes evoluíram de forma significativa nas pisciculturas de Mato Grosso, em nada devendo à dos grandes centros do País. Também as variedades oferecidas no Projeto Peixe Santos são saborosas, têm procedência, e seu comércio nos pontos oficiais descarta de vez aquele antigo corre-corre para garantir peixe. Para satisfação geral de quantos mantêm essa tradição religiosa”.
Secom/Cuiabá
Foto:Walter Machado