O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), agora licenciado, tomou posse na manhã desta sexta-feira (2) como ministro da Pesca e Aquicultura, substituindo Luiz Sérgio (PT-RJ), que voltará a exercer o mandato de deputado na Câmara. O presidente do Senado, José Sarney, participou da solenidade no Palácio do Planalto ao lado da presidente Dilma Rousseff.
Após assinar o termo de posse, Crivella afirmou que já tem quatro metas para o ministério para serem atingidas até 2022: dobrar o consumo per capita de peixe no Brasil; quintuplicar a produção da aquicultura sustentável; duplicar a captura sustentável de peixes do mar; e gerar um milhão de empregos na área da pesca. Os objetivos, explicou, fazem parte de um plano do PRB que foi entregue à presidente Dilma Rousseff no ano passado.
Além das metas, o senador disse que pretende criar uma instituição nos moldes da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) para a área da pesca.
– Devemos lutar para que a pesca seja tão importante quanto à agricultura no Brasil. Para atingir esses objetivos, precisamos de muita pesquisa. Precisamos de uma “Embrapa da Pesca” – disse o senador, que reiterou precisar aprender muito sobre o setor.
O novo ministro também fez uma referência ao fato de não ter experiência na área.
– Eu não quero que a presidenta fique triste em ter um ministro da Pesca que não é especialista e não é bom em colocar minhoca no anzol. Mas colocar minhoca no anzol a gente aprende rápido. Pensar nos outros é que é um pouco mais difícil – disse Crivella.
José Alencar
Crivella também elogiou o governo da presidente Dilma e fez uma homenagem ao ex-vice-presidente da República, José Alencar, morto em março de 2011.
– Se hoje ele [José Alencar] estivesse aqui, estaria satisfeito ao ver seu PRB assumir uma pasta ligada ao setor produtivo ao qual ele devotou sua vida – disse o novo ministro, que classificou a escolha de seu nome como “uma homenagem ao povo fluminense”.
Dilma Rousseff reafirmou a importância da coalizão política que forma seu governo para a condução do país e também lembrou a contribuição de José Alencar durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
– A entrada de Marcelo Crivella no meu governo significa o reconhecimento do papel do PRB nesta grande coalizão que nos ajuda a governar. Na verdade, representa a volta do PRB ao exercício do Poder Executivo, já que o PRB esteve conosco durante o governo do presidente Lula, não apenas no ministério, mas na vice-presidência com nosso querido José Alencar – disse Dilma.
Despedidas
Ao despedir-se do cargo, o ex-ministro da pasta, Luiz Sérgio, agradeceu à presidente pela confiança depositada no período em que comandou o Ministério da Pesca e Aquicultura e a Secretaria de Relações Institucionais, cargo que ocupou anteriormente. Ele também afirmou que continuará, na Câmara dos Deputados, a contribuir para o sucesso do governo.
Em discurso de despedida do Senado nesta quinta-feira (1º), no Plenário, Crivella ressaltou o compromisso da Casa com a democracia, com o interesse público e com o desenvolvimento do país.Ele também fez um balanço de sua atuação parlamentar, lembrando ter apresentado quase 400 proposições legislativas, das quais são 232 projetos de lei e propostas de emenda à Constituição.
Também participaram da cerimônia o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; ministros de estado; o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR); além de senadores e deputados da base governista.
Suplente
Com a posse de Crivella, o mandado de senador pelo Rio de Janeiro vai ser ocupado pelo suplente Eduardo Benedito Lopes. Lopes é ex-deputado federal e atual vice-presidente do PRB-RJ. Ele esteve no Senado nesta quarta-feira (29), tomando providências para assumir o mandato, o que deve ocorrer no início da próxima semana.