A prática está ganhando cada vez mais adeptos na região pantaneira, resultado do trabalho dos últimos anos
A pesca esportiva foi aberta nesta terça-feira (1º) na calha do Rio Paraguai e a expectativa da Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal é receber cerca de 1,5 mil turistas em Corumbá durante todo o mês de fevereiro para a prática do pesque e solte, modalidade que ganha cada vez mais adeptos na região. Somente nesta segunda-feira (31), cinco barcos hotéis deixaram o Porto Geral com grupos de pescadores de cidades sul-mato-grossenses e de outros estados brasileiros.
“A expectativa é a melhor possível. Já estamos com cerca 20 pacotes fechados para o período, o que representa um aumento significativo em relação ao ano passado”, comemora Joice Carla Santana Marques, presidente da Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo (ACERT). Ela salienta que a prática está ganhando cada vez mais adeptos na região pantaneira, resultado de um trabalho desenvolvido nos últimos anos. “A tendência é aumentar mais ainda, principalmente pelo fato de que o pesque e solte está sendo visto de outra forma”, acrescenta.
E a modalidade não está sendo praticada somente por grupos que fazem a opção pelos barcos hotéis. A Fundação de Cultura e Turismo do Pantanal já tem informações de que hotéis localizados em regiões como Albuquerque e Porto Morrinho, bem como na área urbana de Corumbá, já recebem turistas que chegam à cidade para desfrutar dos primeiros dias de liberação da pesca esportiva. Isto foi confirmado também pela presidente da ACERT, destacando que já há pescadores hospedados no Hotel Gold Fish, por exemplo, subindo ou descendo o Rio Paraguai em pequenas embarcações.
Regras
O pesque e solte vigora na região pantaneira desde 2004. A prática é exclusiva na calha do Rio Paraguai e exige regras específicas, como a necessidade da licença e equipamentos apropriados, linha de mão, caniço, molinete, carretilha, anzol e iscas vivas ou artificiais. Está sendo alvo de estudos científicos constantes, principalmente por parte da Embrapa Pantanal, Ibama e da Fundação de Cultura e Turismo local.
Segundo a bióloga Débora Karla Silvestre Marques, pesquisadora da Embrapa Pantanal, o pescador deve ficar atendo aos procedimentos corretos para avaliar a efetividade desta prática de manejo, visando a conservação dos estoques pesqueiros. Um dos cuidados se refere justamente na hora de fisgar o peixe. “Submetê-lo a uma briga longa pode levá-lo a um nível muito alto de estresse e até mesmo causar alguma lesão que resultará na morte”, diz.
O pesque e solte precisa ser feito seguindo algumas regras para que o peixe, ao retornar ao seu ambiente, tenha garantida a sua sobrevivência. Um dos procedimentos, conforme a pesquisadora, está relacionado ao anzol, que deve ser sem farpas. Além disso, ao fisgar o peixe, evite ‘brigas’ demorada, para evitar que ele fique estressado, o que o torna mais suscetível a predação e a doenças, bem como mantê-lo o menor tempo possível fora da água. Outra orientação é para que o pescador evite colocar o peixe na posição vertical, para não causar lesões na coluna ou nos órgãos internos.
Débora explica que a posição correta é a horizontal e a soltura deve ser feita lentamente, evitando arremessá-lo à água, o que pode causar lesões no corpo do peixe. Orienta que, neste caso, o pescador deve colocar o peixe na água, apoiando-o com as mãos por baixo do corpo para que se recupere lentamente, evitando inclusive o movimento de vai-e-vem dentro da água, que pode comprometer a respiração e o equilíbrio do peixe.
Assessoria de Comunicação Institucional – http://www.corumba.ms.gov.br