Brasília, (EFE).- O Governo brasileiro prorrogou por cinco anos a proibição da pesca e comercialização do Mero em todo o território nacional, em vigor desde 2002, informaram fontes oficiais.
O decreto, que tornou o Mero o primeiro peixe a ser protegido com uma legislação específica no Brasil, havia expirado nesta quinta-feira.
Mas a prorrogação foi oficializada hoje, após a publicação de uma nova resolução do Ibama no Diário Oficial.
Desde 20 de setembro de 2002, aqueles que infringissem esta norma estão expostos a sanções contempladas na Lei de Crimes Ambientais, que prevê entre um e três anos de prisão, além de multas.
O professor da Universidade Vale do Itajaí (Univali) Mauricio Hostim, coordenador do projeto “Meros do Brasil“, assinalou que a renovação da proteção era “urgente“, e justificou o período de cinco anos pela necessidade de pesquisar mais sobre este animal, que segue ameaçado de extinção.
“Os pesquisadores necessitam deste tempo para a divulgação das informações produzidas, e para dar continuidade aos trabalhos já iniciados“, assinalou Hostim.
O “Meros do Brasil” reúne o esforço de pesquisadores, ecologistas e organizações de pesca.
O Mero (epinephelus itajara) pode chegar a três metros de comprimento, e 400 quilos de peso, e vive em águas tropicais e temperadas em zonas litorâneas.
Segundo os cientistas, a pesca descontrolada e a crescente degradação de seu habitat dizimaram esta espécie, que foi excessivamente explorada pela indústria pesqueira.
A Universidade Vale do Itajaí explicou que o Mero é “muito suscetível” à pesca, pois possui um longo tempo de reprodução, com taxas de crescimento lentas, e amadurecimento sexual tardio.
O peixe figura atualmente na lista de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza, e apesar dos esforços legais, sua população continua sendo dizimada.
EFE mp-ol gs