O Pantanal apresenta alta diversidade biológica e abundância de vida silvestre, onde foram identificadas até o presente 1.863 espécies de plantas superiores, 122 de mamíferos, 162 de répteis, 656 de aves e 264 de peixes.
Os peixes desempenham papel fundamental enquanto componentes do ecossistema, participando da ciclagem de nutrientes e do fluxo de energia, como alimento básico para muitas aves e animais da região. Em função de sua expressiva diversidade de espécies, a ictiofauna constitui um valioso banco genético, estratégico para aplicações futuras.
O banco de sêmen
O banco de sêmen tem a finalidade de estocar sêmen (esperma) de espécies nativas de peixes da região do Pantanal. Embora seja mais comumente utilizada em piscicultura, esta técnica visa a conservação de sêmen viável para usos futuros em estudos genéticos e programas de produção com fins comerciais ou, ainda, para o repovoamento da ictiofauna em ecossistemas alterados.
O banco de sêmen utiliza a técnica de criopreservação, que é um método de estocagem por congelamento em nitrogênio líquido de células ou tecidos vivos a longo prazo.
Entre outras aplicações, os estudos genéticos realizados com o material preservado no banco de sêmen podem auxiliar na elucidação da delimitação dos estoques pesqueiros das diferentes espécies, permitindo um ajuste fino das medidas de ordenamento pesqueiro para a região.
Emiko Kawakami de Resende (emiko@cpap.embrapa.br), Agostinho Carlos Catella (catella@cpap.embrapa.br), Débora Karla Silveira Marques (marques@cpap.embrapa.br) e Marco Aurélio Rotta(rotta@cpap.embrapa.br) são pesquisadores da Embrapa Pantanal.