Esses recursos foram aplicados na estruturação das pesquisas, incluindo a montagem e ampliação de laboratórios e compra de equipamentos.
A primeira rodada de avaliação das pesquisas realizadas em aquicultura do projeto Aquabrasil, realizada na manhã desta terça-feira, dia 1º de março, na Embrapa Pantanal, em Corumbá, indica que os resultados obtidos até o momento vão garantir um avanço para a produção aquícola nacional.
O workshop de avaliação do projeto Aquabrasil – “Bases Tecnológicas para o Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura no Brasil” – termina na quarta, dia 2, com a apresentação de novas demandas para a pesquisa por parte da iniciativa privada.
A primeira a falar foi a líder do projeto, a pesquisadora Emiko Kawakami de Resende, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Ela é responsável pela gestão do Aquabrasil e informou que até o momento as pesquisas já receberam um aporte de quase R$ 12 milhões desde 2008, quando as ações começaram.
Esses recursos foram aplicados na estruturação das pesquisas, incluindo a montagem e ampliação de laboratórios e compra de equipamentos. A capacitação de pesquisadores e de produtores também foi contemplada por meio de visitas técnicas, cursos e eventos de transferência de tecnologias, produção de material de divulgação, entre outras atividades.
Pela manhã, o pesquisador Júlio Queiroz, da Embrapa Meio Ambiente, de Jaguariúna (SP), mostrou os avanços realizados até o momento no projeto componente “Manejo e Gestão Ambiental da Aquicultura”. Esta é uma parte importante do Aquabrasil, pois os pesquisadores conseguiram elaborar um conjunto de Boas Práticas de Manejo para a aquicultura. Houve visitas técnicas a Tailândia, Estados Unidos e Espanha, que permitiram ao Brasil efetivar parcerias internacionais para aprofundar os estudos.
Um dos aspectos importantes do manejo é a definição de indicadores de qualidade da água e sedimentos. Neste sentido, o projeto desenvolveu o termostato eletrônico que permite medir e regular a temperatura da água com maior precisão. Também está sendo quantificada a presença de estrógeno na água para verificar se há alguma interferência deste hormônio na qualidade da produção do pescado.
Célia Scorvo, da Apta-SP (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios), disse que sua equipe está avaliando diferentes métodos de abate, inclusive o choque. Ela trabalha há quatro anos com índices zootécnicos e agora está avaliando os efeitos de diferentes linhagens e da freqüência de alimentação no desempenho zootécnico da tilápia criada em tanques rede em um reservatório rural.
Marcos Losekann, da Embrapa Meio Ambiente, falou sobre biomonitoramento, pesquisa que está sendo desenvolvida no Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e São Paulo. Os estudos também detectaram os organismos bentônicos (de fundo) mais tolerantes e os mais sensíveis à poluição da água, possibilitando a avaliação das práticas utilizadas na criação piscícola.
Com os recursos do projeto, a Embrapa Meio Ambiente conseguiu estruturar um reservatório para captação de água de chuva que será utilizada em sistemas modulares aquáticos. Esta água vai circular entre aquários e também deve ser utilizada em hidroponia, integrando a aquicultura com outras atividades produtivas.
Outro resultado apresentado no workshop pela manhã foi o Aquisys (Sistema Informatizado de Gestão Ambiental da Aquicultura). Quando concluído, o acesso será on line e permitirá que produtores possam utilizar o sistema para a gestão ambiental de suas propriedades. O Aquisys está em fase de checagem de conteúdo, com acesso ainda interno. A previsão de liberação ao público é agosto deste ano.
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Ana Maio
Jornalista – Mtb 21.928
Área de Comunicação e Negócios-ACN
Embrapa Pantanal
Corumbá (MS)