Em três dias, os ribeirinhos se dividiram em 11 pontos do lago, para realizarem os trabalhos
Para a o censo de peixes-boi do lago Amanã, o Instituto Mamirauá conta com a participação de moradores de comunidades do entorno do lago. Observar o peixe-boi amazônico em ambiente natural é tarefa para olhos treinados, com a experiência de quem nasceu e foi criado em beira de rio.
Atividades
Em três dias, os ribeirinhos se dividiram em 11 pontos do lago, previamente identificados como os pontos de maior profundidade, conhecidos popularmente como “poços”, onde os peixes-boi costumam buscar alimento e local para descanso durante a seca. As observações iniciavam com os primeiros raios de sol e se estendiam até o meio da tarde. Foram identificados 45 animais.
“A gente reconhece o bicho só pela `venta´, quando ele sobe pra respirar. Dá pra diferenciar cada um, e também dá pra saber se é macho ou fêmea: o macho, quando respira, dá uma puxada pra trás. A fêmea não, ela desce logo”, diz o agricultor Elivaldo Pereira Ferreira, 39 anos, contador de peixe-boi.
Elivaldo e os demais contadores conhecem tão bem os hábitos do peixe-boi porque já foram caçadores. Quase todos aprenderam o ofício ainda jovens, com o pai ou avô.
Informações
Após a contagem comunitária, a assistente de pesquisa Nathalia Monalisa Francisco percorreu os locais onde foram feitos os registros de presença de peixes-boi, rastreando a área com um aparelho de sonar de varredura lateral. O objetivo da atividade, que ocorreu nos dias 8 e 9 de novembro, foi fazer uma espécie de “raio-x” dos poços: o sonar capta sinais acústicos de elementos que estão debaixo d´água e gera imagens que se assemelham a uma radiografia utilizada em consultórios médicos.
Conservação
O Instituto Mamirauá desenvolve pesquisas sobre o peixe-boi amazônico por meio do Projeto Conservação de Vertebrados Aquáticos Amazônicos (Aquavert), que recebe patrocínio da Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental
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