Um adolescente de 15 anos pescou na tarde desta terça-feira (12/01), no rio Sorocaba, uma carpa pesando aproximadamente 6 quilos, usando somente uma vara “caipira” de bambu e minhoca como isca.
Rodnei Henrique Nunes Viana, morador do Jardim Maria do Carmo, disse que tomou um susto quando sentiu o peso no anzol e pediu a ajuda do amigo que o acompanhava. “Pensei que fosse um ‘enrosco’ que pegou no anzol, mas quando percebi que estava puxando forte, tive certeza de que era um peixe grande, e com a ajuda do meu amigo consegui tirar a carpa da água”.
O adolescente contou ainda que costuma pescar com freqüência no rio Sorocaba, sempre na altura do bairro onde mora, e na maioria das vezes pega tilápias e curimbatás. “Essa carpa foi como um prêmio e vai ser o almoço dos próximos dias”, comentou Rodnei.
Essa não é a primeira vez, nos últimos anos, que grandes peixes são pescados no rio Sorocaba, “como reflexo da melhoria da qualidade de suas águas, que passaram a ampliar os seus níveis de oxigênio, após a entrada em operação das Estações de Tratamento de Esgoto, do Programa do rio Sorocaba, a partir de 2005. Desde então, gradativamente, o esgoto que antes era despejado no leito do rio, hoje é direcionado para o tratamento, que atualmente alcança 75% do total que é produzido na cidade”, lembra o diretor-geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba.
De acordo com o biólogo do Saae, Reginaldo Schiavi, a carpa não é uma espécie nativa do rio Sorocaba, pois foi introduzida no seu leito, mas outras espécies próprias de suas águas voltaram também a aparecer, como lambari, bagre, curimbatá, traíra, tabarana e piava, entre outros.
O biólogo da autarquia destaca ainda que desde que a ETE S-1 entrou em operação, em maio de 2005, o Saae começou a realizar análises a cada quinze dias, com coleta da água em dois pontos do rio – na divisa com Votorantim e logo depois da S-1 -, e os resultados vêm mostrando uma evolução positiva em todos os parâmetros, que incluem sólidos sedimentáveis, potencial hidrogeniônico (pH), oxigênio dissolvido (OD), temperatura, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Demanda Química de Oxigênio (DQO), coliformes fecais, coliformes totais, óleos e graxas.
“Essa evolução está possibilitando que a concentração de oxigênio do rio Sorocaba aumente gradativamente. Nos últimos cinco anos, aproximadamente 40 mil toneladas de oxigênio de suas águas deixaram de ser consumidos pelo esgoto, que agora é tratado”, destaca o biólogo.
PMS/Secom