Governo do Acre promove a criação da classe média do campo com produção forte, qualidade de vida, sustentabilidade e tecnologia
“O negócio começou bem! Espero que continue assim.” O elogio, acompanhado de uma cobrança, partiu de Aurélio Pereira da Silva, presidente da Associação do Polo Agroflorestal Wilson Pinheiro, onde 18 famílias de produtores rurais receberam na manhã de terça-feira, 22, 14.600 alevinos.
A Secretaria de Agropecuária (Seap) levou os filhotes até os produtores com um preço subsidiado pelo governo. As famílias economizaram no preço e no frete e ainda receberam o diploma do curso de Capacitação em Piscicultura oferecido pela secretaria como forma de garantir o bom manejo e, consequentemente, o retorno do investimento.
O polo Wilson Pinheiro tem um histórico de produção forte e organizada, tanto que é uma das comunidades que foi beneficiada com a pavimentação do ramal. Por ele é escoada uma diversificada e grande produção em que se pode destacar a banana, a macaxeira e as verduras, que têm venda garantida ao Programa de Aquisição de Alimento, do governo federal. Mas a menina dos olhos dos produtores agora é o peixe, e por um motivo simples que Aurélio Silva explica: “O peixe dá lucro”.
A previsão de lucro no final do ano varia na faixa de R$ 15 mil a R$ 20 mil, e não é apenas esse dinheiro que deve ser levado em conta como transformador da qualidade de vida dos agricultores do Acre, mas sim a capacidade que eles estão adquirindo de reinvestir e multiplicar a produção e o dinheiro. O governo está reforçando a assistência técnica, investindo em tecnologia e capacitação dos produtores. O resultado é o amadurecimento das cadeias produtivas do Estado, que terão capacidade de se manter sem a intervenção obrigatória do governo.
O interessante é que este investimento em peixes no polo Wilson Pinheiro partiu da comunidade, e não do governo. Foi a associação que procurou a Seap com a demanda, pois há mais de um ano os produtores da comunidade vinham se preparando para começar a atividade, fazendo e reformando seus açudes. Esta não é uma história isolada. O governador Tião Viana garantiu investimento nessa cadeia produtiva para todo o Acre, e o que aconteceu no polo está se repetindo por todo o Estado.
De acordo com o técnico agroflorestal Ricardo Moreira de Souza, a produção desses polos, este ano vai ajudar a mapear e diagnosticar a cadeia produtiva do pescado, observando o manejo, a compra da ração, a procriação e a venda. Vai criar a oportunidade de o governo resolver as falhas e fortalecer o mercado em todo Acre.
Investimento no Futuro
Agnaldo adquiriu dois mil alevinos através do incentivo à piscicultura do governo do Estado. Ele também participou da Capacitação em Piscicultura promovida pela Secretaria de Agropecuária (Seap) e conta que antes retirava peixes que, na maioria, não chegavam a dar meio quilo, mesmo com dois anos de manejo. A previsão para agora é de retirar peixes com dois quilos, em média, em apenas um ano.
Ele estima um lucro de R$ 18 mil no final do ano. Dinheiro que pretende investir no aumento da produção e em uma reforma da casa, “que está precisada”, comenta.
“E o curso vai fazer toda a diferença. Antes a gente criava o peixe de qualquer jeito e não atingia o esperado. Agora sabemos a forma adequada e vamos atingir os resultados”, promete Agnaldo de Souza da Silva, 39, marido e pai de quatro filhos.