O Acre será um modelo não só para a Amazônia como para todo o País
O ministro Marcelo Crivella, da Pesca e Aquicultura, e o governador do Acre, Tião Viana, assinaram em Brasília, um convênio que beneficiará 280 pequenos produtores rurais, com tanques escavados para piscicultura. O convênio prevê ainda a capacitação de 5 mil trabalhadores para a atividade aquícola no estado. Os recursos para a iniciativa foram garantidos por emenda parlamentar do senador Aníbal Diniz.
“O Acre será um modelo não só para a Amazônia como para todo o País”, afirmou Marcelo Crivella. Para ele, o estado beneficiará milhares de famílias com a criação de pescado em cativeiro. O cultivo, além de ser lucrativo, poderá ser feito sem prejuízo de outras atividades rurais. No ano passado, o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) baixou a portaria normativa nº 001/2011 que dispensa de licença ambiental os piscicultores com projetos de até cinco hectares de lâmina d’água. Eles precisam apenas de cadastro. A medida simplificou os procedimentos para a atividade. Atualmente o licenciamento ambiental nos estados é um dos maiores entraves para a expansão da aquicultura, devido à sua morosidade. O Brasil conta com 13% da água doce do mundo e um litoral de oito mil quilômetros. Apesar disso, a produção nacional de pescado é ainda muito pequena em relação ao potencial do País.
Participação
Segundo o governador Tião Viana, as iniciativas fazem parte de um grande projeto de piscicultura no Acre. O projeto, que representa ao todo investimentos da ordem de R$ 52 milhões, está sendo implantado com a participação do governo estadual, da iniciativa privada e de 16 mil famílias de pequenos produtores rurais. Especialistas do Projeto Pacu (MS) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) assessoram a implantação do projeto, que só este ano contará com mais dois mil tanques escavados. Ao final, a previsão é de que o projeto conte com cinco mil tanques escavados em produção, cada um abrangendo um hectare em média.
A estimativa é de que será possível a produção de oito toneladas de pescado a cada ciclo de dez meses. Como parte do projeto já foi importada uma fábrica de ração da Dinamarca, com tecnologia de ponta. A última etapa será a implantação de uma fábrica de beneficiamento. As espécies criadas são típicas da Amazônia, como tambaqui, pirarucu e surubim. A piscicultura, recordou o governador, é uma atividade ambientalmente sustentável e que não impacta a floresta Amazônica. Parte da produção será exportada através de países vizinhos.