Todos os anos, milhares de tartarugas marinhas morrem em áreas onde a pesca é feita sem o devido cuidado. Para evitar essa agonia, o Projeto Tamar começou um estudo inédito no litoral nordestino.
Presas na rede, fisgadas no anzol, as tartarugas não têm saída. A captura acidental de tartarugas durante a pesca traz sofrimento e ameaça às espécies. Este ano foram mais de 1.100 mortes no litoral brasileiro.
Diminuir os impactos da pesca sobre as tartarugas marinhas é o que pretendem os tripulantes do “Assombração”, barco que navega pelo litoral nordestino. A missão dos pesquisadores é mapear áreas onde vivem tartarugas, além de identificar o tipo de pesca e as embarcações que navegam por essas águas.
“A princípio a gente está cruzando dados e fazendo correlações entre locais de encalhe de tartarugas mortas com os tipos de pescas que se encontram na região”, explica o oceanógrafo, Marcelo Amorim.
No litoral de Sergipe, é comum a pesca com rede de arrasto e, muitas vezes, as tartarugas ficam presas nessas redes. Além do levantamento dessas informações, os pesquisadores pretendem estreitar o contato com os pescadores e criar parcerias com eles.
Além de despertar a consciência dos pescadores, o estudo vai servir de base para propor regras que protejam as tartarugas em alto mar. Em terra firme, um trabalho semelhante já ajudou milhares delas que usam a praia para desovar.
Somente em Sergipe, na última temporada de reprodução, mais de 300 mil filhotes foram salvos. “A gente quer fazer no mar exatamente a mesma coisa. Se aproximar dos pescadores, abordagem educativa, sabendo que a gente tem um problema e a gente gostaria de resolver o problema juntos”, fala a coordenadora do Projeto Tamar, Jackeline Castilho.